A cidade de Barcelona foi afetada por um temporal que causou inundações em várias estradas, suspendeu trens e alagou o aeroporto El Prat, o segundo maior da Espanha, que teve inúmeros vôos cancelados, além de diversos atrasos e 17 precisaram ser desviados pó motivo de segurança.
A situação levou à criação de um comitê de crise no aeroporto para acompanhar o impacto das chuvas ao longo do dia.
A Agência Estatal de Meteorologia espanhola (Aemet) emitiu na segunda-feira (4) um alerta vermelho para a capital da Catalunha devido ao perigo extremo das chuvas torrenciais, especialmente na zona litoral. O Serviço Meteorológico da Catalunha (Meteocat) também alertou para a precipitação intensa e abundante, sendo que em alguns casos seria acompanhada de granizo. Por causa do agravamento das condições meteorológicas, as universidades da região suspenderam as atividades.
Após a tempestade sem precedentes que atingiu a região de Valência, com as maiores inundações da Europa neste século, os efeitos do fenômeno meteorológico conhecido como DANA chegou a seis municípios da província de Barcelona: Vallès Occidental, Baix Llobregat, Barcelonès, Garraf, Maresme e Vallès Oriental.
Já as localidades mais afetadas pelas inundações nos subúrbios de Valência continuam interditadas a não moradores e as escolas e universidades permanecerão fechadas. As autoridades locais apelam ao trabalho remoto.
O governo regional da Comunidade Valenciana, onde morreram pelo menos 217 pessoas no temporal de terça-feira da semana passada, decidiu prolongar por 48 horas a proibição de acesso a 10 localidades nos arredores da cidade de Valência, que foi pela primeira vez adotada no domingo passado. As autoridades justificaram a decisão com o objetivo de facilitar os trabalhos de garantia e restabelecimento dos serviços essenciais nas zonas afetadas, incluindo a distribuição de água e alimentos e a reposição total do fornecimento de energia e das telecomunicações.
Além disso, ainda há dezenas de famílias procurando por pessoas desaparecidas e os trabalhos das equipes de resgate se concentram agora em garagens e parques de estacionamento que permanecem alagados.
No feriado de sexta-feira e no sábado, multidões de voluntários se deslocaram para ajudar em tarefas de limpeza ou para levar água, alimentos e outros bens a municípios em que os abastecimentos estão comprometidos pelo rasto de destruição das infraestruturas e lojas.
Quase uma semana após o temporal, a província de Valência, a mais afetada pelas cheias e onde vivem mais de 2,6 milhões de pessoas, continua com estradas interditadas, assim como limitações nas redes do metro, ônibus e trens. Segundo o último balanço do governo regional, 12 municípios ainda estão sem gás, mas já foram restabelecidos 95% do fornecimento de eletricidade. De acordo com a coordenadora da Rede de Empresas de Assistência na Estrada (REAC), Sonia Luque, a tempestade deixou danificados ou destruídos aproximadamente 100 mil carros.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reconheceu existir uma situação trágica em Valência e enviou mais cinco mil militares para o terreno e mais cinco mil das forças de segurança. Com este reforço, já há mais de sete mil militares nas zonas afetadas pelas cheias e 10 mil da Polícia Nacional e da Guarda Civil, no maior dispositivo de forças do Estado jamais mobilizado na Espanha em tempos de paz.
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