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Trump retorna à Casa Branca para reunião com Biden

Bden declarou que a transição será "a mais suave possível"

Donald Trump (à esq.) e Joe Biden (à dir.)

Ele saiu furioso em janeiro de 2021 e voltou triunfante. Donald Trump se reuniu nesta quarta-feira (13) com o presidente democrata Joe Biden na Casa Branca e disse que a transição será "a mais suave possível".

 

Após apertar a mão do atual chefe de Estado no Salão Oval, onde o republicano passará a presidir as reuniões quando assumir o cargo em 20 de janeiro, o 45º e em breve 47º presidente dos Estados Unidos garantiu que a transição entre eles será tranquila.

 

"Faremos tudo o que pudermos para garantir que você tenha tudo o que precisa", disse Biden, após parabenizá-lo.

 

"A política é dura e, em muitos casos, não é um mundo muito agradável. Hoje é um mundo agradável, e eu aprecio muito isso", comentou Trump.

 

Uma situação embaraçosa para o democrata, que sabe que a nova administração pode desmantelar grande parte de seu legado.

 

Biden chamou Trump de ameaça para a democracia e era o adversário do republicano na disputa pela presidência até que um desempenho desastroso em um debate eleitoral obrigou o democrata a desistir da campanha em julho.

 

O encontro tem um gosto amargo para ele e é uma revanche para seu convidado.

 

Melania Trump, esposa do futuro presidente, anunciou que estaria ausente, sem dar motivos, mas desejou "muito sucesso" ao marido.

 

Biden convidou o rival republicano ao Salão Oval após a derrota eleitoral da vice-presidente Kamala Harris na semana passada, embora Trump não tenha feito o mesmo com ele em 2020.

 

O magnata pousou em Washington pouco antes das 9h30 (horário local).

 

A primeira coisa que fez foi falar com um grupo de republicanos, aos quais mencionou a hipótese de se candidatar novamente à Casa Branca, algo proibido pela Constituição americana.

 

"Suspeito que não voltarei a me candidatar a menos que vocês digam: 'Ele é bom, temos que fazer outra coisa", disse Trump.

 

Além da reunião na Casa Branca, ele também visitará o Capitólio, onde em janeiro de 2021 centenas de simpatizantes de sua candidatura tentaram impedir a certificação da vitória de Biden.

 

E ele chega a Washington DC em uma posição de força: seu partido retomou o controle do Senado dos democratas e está muito próximo de confirmar a maioria na Câmara dos Representantes.

 

 

Tradição

 

O convite de Biden restabelece uma tradição que Trump quebrou quando perdeu as eleições de 2020, ao se recusar a encontrar com o democrata e a comparecer à cerimônia de posse.

 

O ex-presidente Barack Obama recebeu Trump na Casa Branca quando o magnata venceu as eleições de 2016.

 

Quando Trump deixou a Casa Branca em 20 de janeiro de 2021, muitos republicanos o criticaram por ter incitado uma multidão antes do ataque ao Capitólio.

 

Contudo, o período de desgraça durou pouco e os republicanos voltaram a ficar ao seu lado, em parte devido à sua capacidade de mobilizar eleitoralmente o movimento de direita que o levou novamente ao poder.

 

Trump começa seu segundo mandato com o controle quase total sobre o partido.

 

Ele passou a semana posterior às eleições em sua mansão da Flórida, formando a equipe de governo.

 

Entre as últimas nomeações, destaca-se o homem mais rico do planeta, Elon Musk, como chefe de uma nova "comissão de eficiência governamental", juntamente com o empresário Vivek Ramaswamy.

 

Este último prometeu na rede X que a dupla não medirá palavras.

 

Durante a campanha, Musk sugeriu que a comissão poderia fazer cortes de até 2 trilhões de dólares no orçamento federal, um montante superior aos orçamentos combinados de Defesa, Educação e Segurança Nacional.

 

Por enquanto, ele acompanhará Trump em diversos eventos agendados para esta quarta-feira.

 

O cargo mais importante anunciado até o momento é o de chefe da diplomacia, para o qual Trump escolheu o senador da Flórida Marco Rubio, segundo a imprensa americana.

 

O congressista Michael Waltz, um ex-oficial das forças especiais, será o conselheiro de Segurança Nacional.

 

Os dois têm opiniões belicistas sobre a China, mas não são considerados isolacionistas, apesar das ameaças anteriores de Trump de abandonar ou romper com a Otan.

 

Também foi confirmado que a governadora Kristi Noem (Dakota do Sul) comandará o Departamento de Segurança Interna, crucial por identificar e desarticular ameaças à segurança, proteger aduanas e fronteiras, gerenciar a migração e responder a desastres naturais.

 

Ela trabalhará ao lado de Tom Homan, o novo "czar das fronteiras".

Leia a notícia no Diario de Pernambuco