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Zelensky critica reação do Ocidente sobre o envio de tropas norte-coreanas à Rússia

Presidente ucraniano classificou a reação como nula numa entrevista publicada pelo seu gabinete

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou o Ocidente pelo envio de tropas norte-coreanas à Rússia para combater no seu país, classificando a reação como nula numa entrevista publicada pelo seu gabinete.
 
"Penso que a reação a esta situação é nula, tem sido nula", afirmou Zelensky, acrescentando ainda estar surpreendido com o silêncio da China sobre o destacamento.
 
O líder ucraniano também sublinhou que o presidente russo, Vladimir Putin, avalia a reação dos países ocidentais, avalia a reação dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e avalia a reação da Coreia do Sul e, que se nada acontecer, Putin aumentará o número de soldados norte-coreanos que se juntarão ao exército russo na luta contra a Ucrânia.
 
"Haverá três mil, dez mil ou talvez cem mil, e isso dependerá diretamente da reação do Ocidente. Se a reação for fraca, serão mais", avisou Zelensky, que assegurou já haver três mil soldados norte-coreanos na Rússia para lutar ao lado do exército russo, cujo contingente se encontra em campos de treino na região russa de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, mas é esperado que este número chegue a 12 mil.
 
No entanto, o presidente ucraniano disse que apesar de tropas da Coreia do Norte estarem em território russo, ainda não se envolveram em qualquer combate com as forças armadas do seu país e excluiu a possibilidade das forças norte-coreanas atravessarem a fronteira com a Ucrânia. “Moscou e Pyongyang estão preparando o envio de engenheiros militares norte-coreanos para a Rússia e também se espera a chegada de civis norte-coreanos para trabalharem na indústria militar russa”, avançou.
 
Zelensky ressaltou que a maior prioridade atual do seu país é a obtenção de um sistema de defesa aérea que permita às suas tropas impedir os ataques russos, razão pela qual se espera que um enviado se desloque à Coreia do Sul o mais rapidamente possível para discutir uma possível entrega de armas por parte de Seul, com quem aguarda trocar informações de inteligência.
 
As autoridades sul-coreanas anunciaram na quarta-feira (30) que a Coreia do Norte tinha enviado 11 mil soldados para a Rússia para serem destacados na Ucrânia, um número que deverá aumentar até ao final do ano.
 
A presença de soldados norte-coreanos na Rússia desencadeou, além disso, um aumento da tensão entre as duas Coreias e a uma aproximação entre Seul e Kiev. O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol e Zelensky concordaram em desenvolver uma estratégia de ação e contramedidas para lidar com a situação. “É necessário que Seul e os seus aliados dêem uma resposta forte e unida", defendeu Yoon, que considera a possibilidade de enviar uma equipe para monitorizar as atividades militares da Coreia do Norte no campo de batalha e avaliar as implicações de segurança de tal destacamento.
 
Yoon inclusive indicou na semana passada que a Coreia do Sul poderia ainda fornecer armas à Kiev, dependendo do grau de cooperação militar entre Pyongyang e Moscou.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco