Os valores tangíveis e intangíveis do "ESG" e do "Open Energy"

Daniel Steffens
Especialista em Business Law e Direito de Energia, professor convidado na FIA Business School - USP para o módulo de "Legislação do Setor Elétrico" e ex-gestor regulatório de multinacionais de energia

Publicado em: 20/09/2023 03:00 Atualizado em: 20/09/2023 00:03

Levando-se em conta que a descarbonização tem sido um aspecto essencial no âmbito empresarial e cada vez mais considerado ao redor do globo, no mercado de energia brasileiro não ocorre diferente.

O tema vem sendo amplamente discutido entre as empresas e tornou-se prioridade para a maioria dos conglomerados de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia. Esse movimento se acentua na medida em que, tanto os investidores quanto os consumidores vêm exigindo opções de energia mais limpa e sustentável. Portanto, os ideais das empresas também estão se voltando para a incorporação de novos critérios, englobando o ESG em suas operações.

Fácil depreender, portanto que, no Brasil, uma das principais tendências apontadas para o setor de energia está associada às fontes renováveis, especialmente geração eólica e solar.

Impende salientar também que, no que tange ao nosso mercado, as empresas que não se adaptarem às expectativas deste paradigma acabarão perdendo espaço para concorrentes “mais responsáveis”.

Outro ponto que não podemos esquecer no aspecto evolutivo setorial consiste no conceito de “Open Energy”. Similar ao Open Banking, ele se baseia no compartilhamento de informações entre consumidores, geradoras, distribuidoras e comercializadoras de energia, catalisando as discussões em torno da abertura do mercado e transição energética. Nisso, este conceito se vincula ao ODS -7 (que visa garantir a todos o “acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia”), prestigiando a Agenda 2030 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.

Assim, só avançaremos na inclusão total, quando o mercado for liberalizado para todos e descentralizado de suas cadeias.

Então, é possível dizer que a Open Energy é o primeiro passo que autoriza que serviços de energia sejam oferecidos apenas com implemento de tecnologia – sem os suntuosos investimentos em infraestrutura/rede os quais, normalmente, as empresas energéticas precisam dispor.

Dessa forma, resta claro que a inovação traz oportunidades essenciais de redução do custo global do setor de energia com a eficientização de processos, redução de custo de transação e integração com outros setores da economia. Essa movimentação é chave para redução dos custos com eletricidade e fundamental para transição energética.

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