Angu de caroço 

Carlos Carvalho
Advogado

Publicado em: 20/07/2024 03:00 Atualizado em: 19/07/2024 22:03

Não o frevo de Edu Lobo, fofoca ou coisa outra qualquer.

Vamos ao ponto, sejamos sinceros, os tempos mudaram e o clima vai dando sinais do “novo”. Dizem que Noé foi avisado e pegou um casal de cada espécie para vencer o dilúvio e dar continuidade à vida na terra.  

Nos Emirados Árabes Unidos, com média de 100 mm de chuva por ano, ocorrem tempestades de 265 mm em 24h (AL-Ain).

Em questão de volume de chuvas, concentradas ou não, estamos assistindo os recordes sendo batidos anos após ano. Quando não chove, sofremos com períodos cada vez maiores de estiagens, valendo a máxima de que o sertão vai virar mar e o mar sertão.

O inquietante é que o Brasil é pródigo em chuvas torrenciais e devastadoras. Recife já sofreu com chuvas de até 335 mm, em 1970, e, continua sem poder receber grandes quantidades delas. São morros, charcos, córregos, rios, que, tomados pelas águas, se transformam em um enorme e insustentável caldeirão. As águas não conhecem limites.

O desmatamento cresce e a divisão entre os que creem e os que não creem é enorme, parecendo até um Sport x Santa, porém, com resultados catastróficos. Dizem que um dia a conta chegará.  

As barragens construídas vêm funcionando em nosso Estado, amenizando muito, o que não implica impedir vítimas nas enxurradas.

Porém, o que assistimos neste período chuvoso é mais que um alerta. O Rio Grande do Sul enfrenta dias e noites de horrores. A pior marca em termos de volume de chuvas de todos os tempos, furtos, roubos e violência. Os três últimos, um capítulo à parte, pois é inqualificável quem os pratica. Quem vai numa casa desocupada para furtar, quem aponta uma arma para tomar uma lancha que está salvando vidas é um não-humano.  

Os fenômenos climáticos pelos quais o RS passa se agravam e se repetem em menor espaço de tempo e com maior intensidade. A população fica submetida a extremo “stress”, sem água potável, energia e alimentos, com ruas alagadas e vidas em perigo, além das já perdidas. Ora as pessoas devem sair de suas residências, ora, não. Tudo muito precário e incerto.  No dito popular, uma situação aparentemente insolúvel, um angu de caroço.

No dia 1 de janeiro de 2023,%u202Fna posse do atual presidente, o Cacique Cobra Coral alardeou ter sido chamado para garantir que não choveria na cerimônia. Será que ele exagerou na dose, enxugou demais e agora cai toda a água represada? Até quando o Brasil vai levar essas questões assim? Segundo Krenak ainda não tomamos conhecimento do que está acontecendo com o planeta,  pois, o meio ambiente é um lugar que você tem que pisar suavemente, com cuidado, sem perturbar as outras presenças.

Parece que a ciência já caminhou bastante e podemos nos valer dos novos métodos para abrandar a fúria da natureza, como abrir canais, limpar córregos, ruas e praças para maior absorção de água, acrescido de uma educação ambiental da população.  

A China está implantando um projeto de grande impacto com ruas, avenidas e demais áreas drenantes. Captar água e fazer com que boa parte dela seja armazenada, contida e infiltrada, evitando danos para todos, é uma questão de opção e trabalho que pode ser seguida aqui.

Não se pode é perder o trem, deixando um Estado de dimensão continental arrasado. Inicialmente colonizado pelos Açorianos, nominado como Rio Grande, em razão das infindas águas lá encontradas. O Brasil tem que ser protagonista. Esperança, fé em Deus e pé na estrada!

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