O impacto da construção sustentável no mercado imobiliário

Natali Brasil
Advogada da Portela Soluções Jurídicas e especialista na área de Recuperação de Crédito

Publicado em: 23/09/2024 03:00 Atualizado em: 23/09/2024 05:37

A sustentabilidade na construção civil ganha cada vez mais destaque no Brasil e no mundo. Com as crescentes preocupações ambientais e a busca por práticas de preservação dos recursos naturais, a construção verde, como também é conhecida, é tendência no mercado imobiliário. Segundo dados do Green Building Council Brasil (GBCB), houve um crescimento de 40% em construções verdes residenciais no país em 2023. Mas o que isso significa na prática para quem deseja comprar, vender ou investir em imóveis? A construção sustentável é aquela que adota práticas para reduzir o impacto ambiental das edificações. Isso inclui o uso eficiente de energia, materiais recicláveis e a gestão responsável dos recursos naturais. Trata-se de proteger o meio ambiente e também criar imóveis mais econômicos a longo prazo, atendendo às novas demandas do mercado.

Nos últimos anos, as regulamentações voltadas para a sustentabilidade na construção civil se tornaram mais rigorosas. No Brasil, leis como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Código Florestal estabelecem diretrizes para práticas mais sustentáveis no setor. Além disso, certificações como LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e AQUA-HQE (Alta Qualidade Ambiental), que atestam o comprometimento com padrões ambientais, estão cada vez mais valorizadas. Para os proprietários e construtores, isso pode representar uma série de vantagens, como incentivos fiscais e maior valorização dos imóveis. Mas também exige atenção para o cumprimento dessas normas, sob pena de enfrentar sanções legais e financeiras.

É importante estar sempre bem informado sobre essas regulamentações. Imóveis construídos com foco na sustentabilidade têm sido mais valorizados no mercado. A razão é simples: eles oferecem uma série de benefícios, que vão desde a economia na conta de luz até o menor custo de manutenção. Além disso, o impacto ambiental reduzido é um ponto positivo para muitos compradores e investidores, cada vez mais conscientes sobre a importância de adotar práticas sustentáveis. Essa valorização se reflete em uma maior demanda por imóveis que possuam certificações ambientais. As pessoas querem garantir que estão adquirindo um imóvel que não só respeita o meio ambiente, mas que também proporcionará economia e conforto a longo prazo.

Outro ponto importante é a inclusão de cláusulas específicas sobre sustentabilidade nos contratos imobiliários. Documentos de compra, venda e locação incorporam exigências para garantir que as práticas verdes sejam mantidas. Isso protege todas as partes envolvidas e assegura que a construção sustentável seja uma realidade contínua, não apenas uma promessa. Com a adoção crescente da construção sustentável, surgem também novas áreas de disputas. Questões como a validade das certificações ou a responsabilidade por danos ambientais estão se tornando mais comuns. Em caso de litígios, é fundamental contar com apoio jurídico especializado para garantir que os direitos sejam protegidos. Vale destacar ainda as inovações tecnológicas, como a energia solar e a construção modular, que estão transformando o cenário da construção sustentável.

Essas tecnologias trazem consigo novos desafios legais e a necessidade de constante atualização da legislação imobiliária. O mercado deve se adaptar a essas mudanças para garantir que a sustentabilidade continue sendo um caminho viável e atrativo para todos.

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