Parques tecnológicos: ecossistema de inovação que muda a vida das pessoas

Guila Calheiros
Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI

Publicado em: 04/09/2024 03:00 Atualizado em: 04/09/2024 05:13

Os parques tecnológicos são ecossistemas de inovação cada vez mais comuns. Pesquisa divulgada em 2021 pela Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e Universidade Federal de Viçosa aponta que há cerca de mil deles no mundo. Incentivá-los e apoiá-los é o passo primordial para conectar a nossa produção de conhecimento com as empresas e promover o desenvolvimento econômico e social sustentável baseado na ciência, tecnologia e inovação.

De acordo com a pesquisa, havia em 2021 no Brasil 93 parques tecnológicos, a maioria localizada nas regiões Sul e Sudeste e responsáveis por 79% dos equipamentos do país. Estima-se que, em 2019, só as 2.040 empresas vinculadas a 55 dos 93 parques tecnológicos em operação geraram um faturamento de R$ 3,8 bilhões. Essas empresas também pagaram R,6 milhões em impostos e empregaram mais de 43 mil pessoas.

Os parques tecnológicos, assim como as incubadoras de empresas, hubs de inovação, aceleradoras ou outros mecanismos para a geração de empreendimentos, necessitam do apoio da chamada tríplice hélice: incentivo do governo federal, disposição do setor privado e pesquisa acadêmica – aspectos essenciais para ganharem fôlego e andarem com as próprias pernas no mercado crescente e concorrido da inovação. Para isso, os desafios são enormes.

Nos últimos dois anos, o MCTI investiu, após uma década de ausência de políticas públicas na área, R$ 550 milhões para estruturação e consolidação de parques tecnológicos no Brasil. Foram ainda R$ 100 milhões para centros de inovação e R$ 76 milhões para suporte, consolidação e estruturação de laboratórios abertos e compartilhados.

Em 2024, garantimos mais R$ 50 milhões para uma chamada de parques tecnológicos que não tinham sido contemplados anteriormente. O nosso intuito é ter, ainda em 2025, chamadas em fluxo contínuo para beneficiar os parques. A ação faz parte do Mais Inovação, o principal programa dentro do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. A sustentabilidade financeira é o principal desafio enfrentado pelas entidades gestoras de parques. Ter a garantia de recursos para investimento é fundamental para a consolidação dessas infraestruturas tecnológicas.

Reestruturar o sistema de apoio à geração desses empreendimentos é uma política do governo Lula com olhar para o futuro. Essa temática será discutida durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, nos dias 30 e 31 de julho e 1º de agosto, em Brasília. Entre os temas que serão abordados, estão as perspectivas dos ecossistemas de inovação no Brasil.

Nosso objetivo é trabalhar para que a pauta faça parte da nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será fruto da conferência e regerá o setor de CT&I no país até 2030. Por se tratar de um modelo de gestão que envolve diversos atores, a discussão é primordial para garantir no futuro dias promissores na área.

Os números mostram o potencial das estruturas para o crescimento e desenvolvimento do Brasil em inovação. Os parques tecnológicos têm verdadeiro impacto nas cadeias produtivas locais, regionais e na nacional. Eles fomentam novos negócios em segmentos variados, impulsionam a geração de empregos qualificados com renda acima da média, proporcionam carreiras promissoras, além de contribuir de forma vultosa para a arrecadação de impostos. Voltar o olhar do Brasil para a inovação sustentável é muito mais do que investir na CT&I, é mudar a realidade do Brasil e melhorar a vida das pessoas.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL