Um novo pacto mundial para um planeta mais sustentável

Sérgio Ricardo Araújo Rodrigues
Advogado e Professor Universitário

Publicado em: 27/09/2024 03:00 Atualizado em: 27/09/2024 06:12

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 24 de outubro de 1945, após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de evitar novos conflitos globais e promover a paz e a segurança internacionais.

A ONU foi criada para substituir a Liga das Nações, que não conseguiu evitar a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Desde então, a ONU tem desempenhado um papel crucial na mediação de conflitos, na promoção dos direitos humanos e no desenvolvimento sustentável.

No recente discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez várias críticas contundentes sobre a situação global e a eficácia das instituições internacionais, trazendo os principais pontos voltados a repensar o Papel da ONU em um novo Mundo:

Incapacidade de Negociação: Lula criticou a falta de habilidade dos líderes mundiais em negociar e resolver conflitos, destacando a necessidade de uma reforma nas instituições de governança global.

Desigualdades e Fome: Ele enfatizou a urgência de combater as desigualdades e a fome, temas prioritários para o Brasil durante sua presidência do G20.

Mudanças Climáticas: Lula destacou a crise climática como uma das maiores ameaças globais e pediu ações mais concretas e urgentes.

Reforma da ONU: Ele defendeu a reforma do Conselho de Segurança e outras instituições da ONU para torná-las mais representativas e eficazes.

Regulação da Inteligência Artificial: Lula pediu uma regulação global da inteligência artificial para evitar abusos e garantir que a tecnologia beneficie a todos.

Crítica aos Países Ricos: Ele criticou os países ricos por não cumprirem suas promessas de financiamento para o desenvolvimento sustentável e a luta contra a mudança climática.

Lula também destacou a importância de um pacto mundial contra a fome e a necessidade de maior cooperação internacional para enfrentar os desafios globais

Recentemente, a Assembleia Geral da ONU adotou um “Pacto para o Futuro”. Este pacto é visto como uma mudança significativa em direção a um multilateralismo mais eficaz e inclusivo. Ele aborda uma ampla gama de questões, incluindo paz e segurança, desenvolvimento sustentável, mudança climática, cooperação digital, direitos humanos, gênero, juventude e gerações futuras.

O Pacto para o Futuro é um acordo global adotado pela Assembleia Geral da ONU em setembro de 2024, durante a Cúpula do Futuro. Este pacto visa transformar a governança global e adaptar a cooperação internacional às realidades e desafios do século XXI.

Principais Objetivos do Pacto para o Futuro:

Paz e Segurança: Inclui compromissos com a reforma do Conselho de Segurança e o desarmamento nuclear.

Desenvolvimento Sustentável: Acelerar a implementação da Agenda 2030 e promover o desenvolvimento sustentável além de 2030.

Mudança Climática: Estabelece metas claras para a transição energética e a redução das emissões de carbono.

Cooperação Digital: Inclui o Pacto Digital Global, que aborda questões de governança digital e inteligência artificial.

Direitos Humanos e Gênero: Fortalece os compromissos com os direitos humanos e a igualdade de gênero.

Juventude e Gerações Futuras: Adota a Declaração sobre as Gerações Futuras, focando na proteção dos direitos e interesses das próximas gerações.

Este pacto é visto como um passo significativo para garantir que as instituições internacionais possam responder de forma eficaz às mudanças e desafios globais atuais.

Mas o desafio é complexo.

Cada país tem suas próprias prioridades e interesses nacionais, que muitas vezes entram em conflito com os de outros países. Por exemplo, países desenvolvidos e em desenvolvimento frequentemente têm visões diferentes sobre questões como mudança climática e comércio internacional.

A disparidade econômica entre países ricos e pobres cria tensões. Países em desenvolvimento muitas vezes sentem que não recebem apoio suficiente dos países mais ricos, especialmente em questões como financiamento para o desenvolvimento sustentável e combate às mudanças climáticas.

Rivalidades geopolíticas podem dificultar a cooperação internacional. Essas rivalidades podem levar a impasses em negociações e a uma falta de consenso sobre questões globais importantes.

Muitos países são relutantes em ceder parte de sua soberania a instituições internacionais. Isso pode dificultar a implementação de acordos globais que exigem compromissos vinculativos.

Apesar desses desafios, a cooperação internacional é essencial para enfrentar problemas globais que nenhum país pode resolver sozinho.

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