“O Leopardo”, escrito por Giuseppe Tomasi di Lampedusa, é um romance histórico publicado postumamente em 1958. A obra é considerada um dos grandes clássicos da literatura italiana e oferece uma visão profunda e melancólica da aristocracia siciliana durante o período de unificação da Itália no século XIX.

A história é centrada em Don Fabrizio Corbera, Príncipe de Salina, um nobre siciliano cuja família é apelidada de “O Leopardo”. O romance começa em 1860, durante a invasão de Garibaldi e a subsequente unificação da Itália. Don Fabrizio é um homem introspectivo e contemplativo, que observa as mudanças políticas e sociais ao seu redor com uma mistura de resignação e melancolia.

Don Fabrizio é consciente da decadência de sua classe social e do inevitável fim do sistema feudal que sua família representa. Apesar de seu conservadorismo e apego às tradições, ele percebe que a mudança é inevitável. Essa percepção é simbolizada na famosa frase de seu sobrinho, Tancredi Falconeri: “Se queremos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”.

O romance culmina com a morte de Don Fabrizio, simbolizando o fim de uma era. Sua morte é descrita de maneira poética e introspectiva, refletindo sua aceitação do destino e da passagem do tempo. Após sua morte, a família Salina continua a declinar, incapaz de se adaptar às novas realidades sociais e políticas.

Estamos assistindo uma decadência de nossa Classe de Advogados, com baixos investimentos quanto a sua capacitação, baixos rendimentos e desvalorização frente às Instituições que necessita dialogar, notadamente o Poder Judiciário, é preciso mudar, O FATO É QUE NÃO PODEMOS MAIS, TÃO SOMENTE, FICAR ASSISTINDO.

Sem dúvida, a advocacia desempenha um papel fundamental na defesa da democracia e dos direitos fundamentais. Uma advocacia forte e unida é essencial para Garantir o Estado de Direito, Defender Direitos Humanos, Promover Transparência e Accountability das Instituições, Educação e Conscientização pois os Advogados também educam a população sobre seus direitos e como exercê-los, fortalecendo a cidadania e a participação democrática.

Para isso, é essencial que a classe se mantenha coesa, invista em capacitação contínua e colabore com outras instituições e a sociedade civil. A união da advocacia é um pilar na construção e manutenção de uma sociedade democrática.

A desvalorização da advocacia e os baixos rendimentos são realmente preocupantes, pois isso afeta diretamente a qualidade da justiça e a motivação dos profissionais. Para reverter essa situação, algumas ações podem ser implementadas:

Revisão de Honorários: Ajustar os honorários advocatícios de acordo com a complexidade e a importância dos casos.

Capacitação e Atualização: Investir na formação contínua para que os advogados estejam sempre atualizados e possam oferecer serviços de alta qualidade.

Valorização Institucional: Promover campanhas de valorização da advocacia, destacando a importância do trabalho dos advogados para a sociedade.

Infraestrutura Adequada: Melhorar as condições de trabalho, proporcionando acesso a tecnologias e ferramentas que facilitem o exercício da profissão.

Proteção das Prerrogativas: Assegurar que as prerrogativas dos advogados sejam respeitadas, permitindo que eles possam atuar com autonomia e segurança.

Essas medidas podem ajudar a elevar o status da profissão e garantir uma remuneração mais justa e me uno àqueles que estão de fato propondo essas mudanças reais, pois não quero ver meus colegas laborando com toda a dificuldade e desvalorização que se instaurou.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) é a entidade ideal para liderar esses esforços de valorização da advocacia. Por sua representatividade e influência, a OAB tem a capacidade de negociar melhores condições de trabalho e remuneração para os advogados, além de promover campanhas de conscientização sobre a importância da profissão.

O fortalecimento dos Advogados necessariamente passa por um fortalecimento da Ordem dos Advogados.

Deixo o pensamento de Clarice Lispector:

“Sinto saudades de quem não me despedi direito, das coisas que deixei passar, de quem não tive, mas quis muito ter.”