Politica

Editorial: A incógnita do eleitorado mais jovem

A participação dos jovens nas próximas eleições guarda uma série de especificidades que os torna merecedores de atenção

Os eleitores na faixa etária entre 16 e 17 anos não são maioria. Mas a participação deles nas próximas eleições guarda uma série de especificidades que os torna merecedores de atenção. Em todo o Brasil eles são 2,3 milhões, o que corresponde a 1.6% do total do eleitorado do país, segundo levantamento divulgado esta semana pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).  O voto nesta faixa etária é facultativo - logo, é plausível supor que a participação eleitoral deles deve ser superior à média da população (se este jovem não tinha obrigação de votar, e decidiu fazê-lo, tirando o título de eleitor, a suposição é que deseja mesmo ir às urnas).

Outros dados importantes sobre estes eleitores: eles nasceram e cresceram sob uma situação completamente diferente da que estão vivendo agora. Viram a chegada ao poder do PT, e quatro vitórias consecutivas deste partido na disputa pela Presidência da República. Agora estão vendo os líderes petistas sendo alvos de acusações, investigações e até prisões.

Na economia, o ambiente em que cresceram foi de ascensão social e econômica -  enquanto que agora vivem o contrário (como estarão os adultos que os rodeiam: pais, familiares, amigos?).  É uma geração também que vivencia um grande debate sobre sexualidade e questões de comportamento.  E, para completar, são nativos digitais - jovens que chegam à idade do voto no mesmo tempo da presença avassaladora dos aparelhos celulares e da hegemonia das redes sociais como meio de comunicação.

Que impacto tudo isso terá na decisão deles na hora de votar? Esta é uma incógnita que talvez só seja revelada durante a campanha ou após a votação.  Pode parecer pouco um total de 2,3 milhões de eleitores em um país cujo eleitorado passa dos 144 milhões, mas não tenhamos dúvidas que os comandos das campanhas procurarão ter um discurso capaz de seduzir esta garotada. Vão procurar incorporá-los à campanha e às imagens da campanha. Até porque a mensagem para eles pode atingir também aqueles cuja faixa etária vem logo em seguida: o pessoal dos 18, 19, 20 anos…  Sob este raciocínio, o peso simbólico do eleitorado de 16-17 anos é maior que o seu peso numérico. Aguardemos as eleições para ver se o comportamento deles fará jus à expectativa.

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