LULA EM PERNAMBUCO

Chegada de Lula a Pernambuco gera expectativas no meio político

Publicado em: 13/08/2021 18:47

 (Foto: AFP)
Foto: AFP
Neste domingo (15), Pernambuco receberá a primeira visita do ex-presidente Lula desde que suas intenções de concorrer à presidência em 2022 foram confirmadas. O petista veio ao seu estado natal pela última vez em visita ao Recife em 17 de novembro de 2019, logo após ser libertado da prisão por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A agenda oficial completa ainda não foi divulgada, mas um jantar com o governador, Paulo Câmara (PSB), que contará com a presença do prefeito do Recife, João Campos (PSB) está prevista, assim como uma visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) no município de Moreno. 

A viagem de Lula a Pernambuco estava prevista para o mês de julho, mas terminou adiada devido a questões de agenda de aliados políticos. O objetivo da passagem por Pernambuco, no momento, é reforçar o diálogo com lideranças locais visando apoio e alianças para a candidatura no próximo ano. 

Esperado no jantar com o ex-presidente, o prefeito do Recife é filho de Eduardo Campos, antigo aliado do PT em Pernambuco antes da ruptura da aliança para disputar a presidência antes de sua morte em um acidente aéreo durante agenda de campanha. Eleito com uma campanha fortemente baseada no sentimento anti-petista, especialmente no segundo turno disputado contra sua prima, a deputada federal Marília Arraes (PT-PE), João Campos confirmou o encontro com Lula e Câmara, mas afirmou que defende uma candidatura própria do PSB em 2022. Renata Campos, viúva de Eduardo, não comparecerá.

“Estarei presente no jantar com o ex-presidente Lula, aqui no Recife. Tenho certeza que a pauta não será eleição. A conversa é sobre o momento desafiador que o país passa. A pandemia ainda está registrando um número elevado de óbitos por dia no país, o desemprego atinge mais de 14 milhões de brasileiros e temos o desafio de enfrentar iniciativas anti-democráticas quase diariamente. Garantir a democracia é fundamental. São sobre esses pontos que a conversa deve tratar. Esses são as questões do momento (...) A eleição é em 22, que é o ano da disputa eleitoral, e aí deverá ser discutida pelos partidos. E eu já registrei minha posição de que o PSB deve ter protagonismo e deve apresentar uma candidatura própria. É o melhor cenário que observo”, disse João Campos ao jornal O Globo, marcando sua posição oposta à do governador (e seu correligionário) Paulo Câmara, que defende o apoio a Lula. 

A ala pernambucana do PT também enfrenta uma forte divisão quando o assunto é reatar a aliança com o PSB e, diante disso, um dos objetivos de Lula será “colocar ordem na casa”. Na última terça-feira (10), lideranças petistas afirmaram ao Diario de Pernambuco que a chegada de Lula será um “termômetro” e também um momento de tomada de decisões para a formação de chapas proporcionais e majoritárias no estado. 

O senador petista Humberto Costa, que tem auxiliado Lula na montagem de sua agenda de compromissos durante a visita, destacou a busca do ex-presidente por aliados de todo o espectro político durante a viagem, o que deve incluir reuniões com figuras como o senador Jarbas Vasconcelos (MDB) e o deputado federal Raul Henry (MDB). 

“Estamos avançando em conversas com a centro-esquerda, com o PSOL, PCdoB, PSB. Também vamos procurar os partidos de direita que poderão estar com Lula ou no primeiro ou no segundo turno. Eu acredito que esses contatos tenham sido proveitosos porque, os que não estão com a gente no primeiro turno, estarão no segundo. Poderão nos ajudar na tarefa de governar porque vamos pegar o país praticamente aos frangalhos. Se Lula ganhar a eleição, vai ser fundamental que tenhamos o máximo de apoio possível para termos um bom governo. Esse é o trabalho que Lula tem feito”, afirmou Humberto Costa em entrevista à Folha de Pernambuco no final do mês de julho.

Já o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, fez declarações acerca da composição da chapa de Lula na disputa pela presidência, alegando que não seria interessante ter um(a) vice petista e sinalizando apoio a uma união com o PSB. 

“Um grande sonho chamar uma pessoa do PSB para ser vice, aí o PSB tem que resolver quem pode indicar. Já temos três pessoas do PSB que se colocaram à disposição de ser vice como o companheiro Flávio Dino, o governador do Espírito Santo, o ex-governador de São Paulo, Márcio França, mas o vice de Lula não vai ser uma escolha do PT, vai depender dos partidos que o querem como presidente”, pontuou durante entrevista à Rádio Folha.

Nesta sexta-feira (13), a deputada federal Marília Arraes disse que irá prestigiar o ex-presidente “até porque é um início de uma agenda que o presidente Lula estará fazendo no Nordeste para fazer as articulações políticas e a gente ganhar as eleições no próximo ano e sair deste governo caos que o Brasil tem vivido”, disse Marília à rádio CBN Caruaru. 

Questionada sobre possibilidades de candidatura ao governo do estado, a petista respondeu que "minha posição está mantida, e é própria do PT, não concordo com a maneira que o PSB faz a gestão. E o ex-presidente Lula tem muita força aqui no Nordeste, e quer aliados ao partido".
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