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Governo prevê que 2024 será ''ano fiscal mais complexo da história de Pernambuco''

A frase foi dita, nesta quarta (18), pelo secretário estadual de Planejamento, Fabrício Marques, em audiência pública que tratou de orçamento público, na Alepe

Audiência pública debateu orçamento do estado, na Alepe

A frase foi dita durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para debater os Projetos de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2024) e o Plano Plurianual para os próximos quatro anos (PPA 2024-2027).

O encontrou da Comissão de Finanças da Alepe  e aconteceu um dia depois de os deputados estaduais derrubarem os vetos impostos pela governadora Raquel Lyra (PSDB) à Lei de Diretrizes Orçamentárias. 

Na terça (17), a Alepe impôs uma derrota o Executivo  por um placar de 30 votos contra 10. Isso deixou um clima tenso na relação entre os poderes. 

A audiência desta quarta foi comandada pela deputada estadual e presidente da comissão, Débora Almeida (PSDB).

O secretário de Planejamento da gestão de Raquel Lyra traçou um panorama geral sobre o cenário econômico de Pernambuco.

Para ele o grande desafio é o ano que terá impactos diretos na arrecadação estadual por causa dos efeitos da reforma tributária e das consequências do pacote fiscal já aprovado pelo Legislativo este ano.

Com ele, haverá alterações na arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 

Fabrício Marques disse que espera que a aprovação da LOA e do PPA “sirvam de pontapé para uma execução mais concreta do plano de governo da atual gestão”. 

O gestor detalhou os cinco objetivos estratégicos do Plano Plurianual proposto pelo Executivo Estadual. 

São eles: 

1 - Saúde e Qualidade de vida
2 - Educação e Inovação
3 - Ciência e Tecnologia 
4 - Segurança e Cidadania 
5 - Gestão, Participação e Transparência

Em seguida, Marques detalhou o que espera das ações de governo, reforçando que a Alepe terá papel fundamental em acompanhar e fiscalizar o planejamento. 

Na distribuição dos recursos para 2024, a gestão estima que 52% do orçamento fiscal seja destinado para despesas com pessoal, 32% com outras despesas (custeio da máquina pública), 10% em investimentos e 6% para o pagamento de dívidas. 

Os projetos orçamentários devem ser votados pela até o fim de novembro pela Alepe. 

Repercussão

O encontro parece ter sido menos acalorado do que as discussões em torno da LDO, e o diálogo entre os poderes.

Para quem conhece o bastidores da Alepe, isso aponta até para um “caminho saudável”. 

O deputado Alberto Feitosa (PL), que também integra a comissão de finanças, participou da audiência e acredita que o planejamento estadual foi bem planejado.  

“A reunião foi muito proveitosa e o cenário para o próximo ano acaba sendo muito melhor do que o deste ano e os anos anteriores. Com o pacote fiscal e os empréstimos aprovados aqui na Alepe a governadora tem totais condições de executar um bom plano de governo”, afirmou.

No entanto, o parlamentar apontou alguns questionamentos durante o encontro sobre a distribuição de recursos para a Saúde e Segurança. 

“Fiz um apelo para que o governo aumentasse os investimentos [na saúde e segurança], que são os pontos mais fundamentais para a população. Temos hospitais públicos sucateados, e os  R$ 350 milhões propostos pela gestão não são suficientes. Acredito que faltou um olhar mais humanitário nessa questão. Na segurança falta armamento, viatura, estrutura no geral e acredito que o investimento também não seja o bastante para diminuir esse problema, que é grave”, continuou. 

Débora Almeida (PSDB), que integra a base do governo e preside a comissão, afirmou que a audiência foi “proveitosa para prestar os devidos esclarecimentos” e contou ainda que espera, nas próximas semanas, promover outros encontros com a participação de secretários de outras pastas, para que os parlamentares tenham o máximo de informações possíveis antes de levar a votação para o plenário. 

“A participação do secretário Fabrício Marques foi muito importante para esclarecer para todos os parlamentares que estiveram na audiência qualquer dúvida que existia sobre o orçamento para Pernambuco. Gostaria de destacar também a apresentação do quadro de investimentos globais para os próximos quatro anos, o que mostrou que o Estado está caminhando e existe sim um planejamento de gestão”, pontuou a parlamentar.

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