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Gestão da Abin no governo Lula dificultou investigação de espionagens, diz PF

Ao Supremo Tribunal Federal (STF), investigadores relatam que tiveram acesso restringido a informações importantes para realização das diligências

A PF já tinha cumprido buscas na sede da agência, em Brasília, no ano passado. Mas como não tiveram acesso a todos os dados, voltaram nesta quinta

A Polícia Federal informou, em relatório ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), já durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dificultou as investigações sobre o esquema de espionagem que veio a público nesta quinta-feira (25). O monitoramento de opositores ao governo ocorreu durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A PF já tinha cumprido buscas na sede da agência, em Brasília, no ano passado. Mas como não tiveram acesso a todos os dados, sob alegação da gestão da Abin de que seriam informações sensíveis de inteligência, as equipes retornaram nesta quinta-feira.

"A gravidade ímpar dos fatos é incrementada com o possível conluio de parte dos investigados com a atual alta gestão da Abin cujo resultado causou prejuízo para presente investigação, para os investigados e para própria instituição", destaca um trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que se baseia no relatório da investigação.

Segundo a PF, o delegado Paulo Maurício Fortunato, que era responsável pelo software FirstMile, usado para captar o sinal de celulares monitorados, e descobrir a geolocalização, teria se livrado de informações sobre o programa antes de sair do cargo.

 [SAIBAMAIS]

No governo Lula, ele continuou como "número 3" da Abin até outubro do ano passado. Ele foi exonerado após ser alvo da Operação Última Milha. Além dele, de acordo com o relatório, na primeira busca, integrantes da Abin teriam dificultado acesso a informações solicitadas, alegando que seriam dados "sensíveis de inteligência".

Um dos delegados teria se reunido com investigados e dito que a investigação da PF "iria passar".

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