Politica

Janones sobre pedido de quebra de sigilo: "Quem deve são os Bolsonaros"

PF alega, em documento, que apesar do parlamentar e assessores estarem dispostos a abrir mão do sigilo é necessária uma análise minuciosa

Deputado André Janones (Avante-MG) é suspeito de praticar rachadinha em seu gabinete

O deputado federal André Janones (Avante-MG) estranhou o pedido de quebra de sigilo pedido pela Polícia Federal (PF) e disse que quem deve ser investigado são os integrantes da família Bolsonaro.

"Me causa estranheza a PF pedir a quebra de meu sigilo fiscal e bancário, sendo que eu já os coloquei a disposição desde o início das investigações, e até hoje não fui sequer ouvido", afirmou o deputado.

No texto, a PF aponta que "parte dos assessores abriu mão desse sigilo, e que o próprio parlamentar postou em redes sociais que também estaria disposto a isso".

Mas destacou que, ainda assim, o encaminhamento dos extratos bancários não é suficiente e que precisa ocorrer uma análise bancária de todos os bancos que os investigados movimentam.

Janones afirmou estar seguro da absolvição. "Sigo absolutamente confiante que serei absolvido, afinal, não devo; quem deve são os 'Bolsonaros', que recorreram até a última instância para não terem seus sigilos quebrados, e até hoje não justificaram como conseguiram comprar 70 imóveis em dinheiro vivo", escreveu.

STF

Nesta terça-feira (30), o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu um pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal de Janones por suspeita de um esquema de rachadinha, prática ilegal de impor aos funcionários contratados que repassem parte do seu salário para o parlamentar em seu gabinete.

Ainda na nota publicada na internet, o mineiro afirma que os ex-assessores não trabalhavam mais no gabinete quando os depósitos foram feitos e que haviam sido exonerados há três anos.

Chamou a atenção da Polícia Federal nove depósitos entre os dias 24 e 26 de julho que totalizaram a quantia de R$ 15 mil. Documentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicam da ex-secretária do parlamentar e atual prefeita de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, Leandra Guedes (Avante) depositou, via pix, R$ 7,5 mil, durante quase um ano. "Depósitos fracionados realizados em conta de André Janones, como possível subterfúgio para burlar a identificação da origem desses recursos", aponta o inquérito.

A PF alega que é necessário "rastrear o fluxo financeiro e analisar o patrimônio dos suspeitos" para que haja uma investigação minuciosa das transações e dos bens que possam ter vínculos com práticas ilícitas.

Em dezembro de 2023, assessores e ex-assessores alegaram que o parlamentar fazia esquema de rachadinha em seu gabinete durante seu primeiro mandato. Áudios divulgados na época indicam que o assessor Alisson Alves Camargos "devolvia" R$ 5 mil dos R$ 10 mil que recebia mensalmente.

A participação da ex-secretária Leandra Guedes era, segundo assessores, para reunir os valores dos funcionários e que ela "deve" passar o valor para o parlamentar. Tanto Janones como Leandra negaram as acusações.

Em resposta a um seguidor, nesta terça, o parlamentar mineiro afirma que "não existe NENHUMA chance de comprovarem o crime, simplesmente porque ele NUNCA existiu!".

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