Politica

Uma ressignificação para a democracia brasileira

Para especialistas, o ato de hoje, em Brasília, é importante para ratificar a necessária união dos Poderes e a convergência dos divergentes em prol do país


Hoje completa um ano dos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em uma tentativa frustrada de golpe de Estado. Um dia que entrou para a história e que foi considerado o maior ataque à democracia desde o golpe militar há 60 anos.

Em memória à data, representantes dos Três Poderes e membros da sociedade civil, se reúnem em ato nomeado pelo presidente Lula (PT) de Democracia Inabalada. O evento é um esforço para ressignificar um momento emblemático de um País dividido, movido por questões ideológicas distorcidasa, que se acentuaram desde 2018, e é também um grande teste de força para o governo demonstrar a sua capacidade de reunir os Poderes e representantes das mais diversas linhas político-ideológicas.

''O ato unirá todos os entes da federação e todos os Poderes em nome de uma causa que está acima de todos nós, que é a democracia. Demonstrar coesão em torno desse valor é o recado mais importante para mostrar que, independentemente de eventuais diferenças, o diálogo, a busca de consensos e a defesa do interesse público, viabilizados pela democracia, fortalecem o nosso País e são o caminho para o futuro que queremos'', disse a governadora co, Raquel Lyra (PSDB).

Para o sociólogo e historiador Jamerson Moura, é importante lembrar do 8 de janeiro para mostrar como a democracia, as instituições e o Estado democrático de direito conseguiram se resguardar e se fortalecer.  

''Ter essa atividade [de hoje] organizada via instituição é importante porque dá a ideia de que isso foi o limite. A importância do ato é muito significativa, espero que os próximos governos continuem, de alguma maneira, relembrando''.

A solenidade também é um termômetro para Lula demonstrar sua capacidade pautando a opinião pública, já que em 2023 havia um movimento de tensão e reatividade, como lembra a cientista política Priscila Lapa. Para ela, esse ato pode ser o primeiro movimento nesse sentido. Considerando a relação tumultuada entre o Executivo e o Legislativo, Lula teve dificuldades para emplacar um ritmo nas negociações, mas a relação foi se estabelecendo a ponto de se ter a aprovação da Reforma Tributária. Segundo Priscila, isso demonstra que houve um gesto tanto do governo, do Legislativo e da própria bancada bolsonarista.

''É uma demonstração de que a gente começa a entrar num movimento de normalidade, de conseguir alguns consensos apesar das divergências. É um indicador da saúde democrática do País''. 

Leia a notícia no Diario de Pernambuco