ELEIÇÕES 2024 NO RECIFE
"Desigualdade é o principal problema do Recife", diz Dani Portela sobre desafios para a próxima gestão
Candidata a prefeita da capital pela Federação Rede-PSol foi a terceira entrevistada da série de sabatinas do Diario de Pernambuco e Rádio Clube AM
Por: Pedro Ivo Bernardes
Publicado em: 31/08/2024 07:00 | Atualizado em: 02/09/2024 15:15
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| Dani Portela (Psol) foi a terceira a ser sabatinada pelo Diario de Pernambuco e Rádio Clube AM (Francisco Silva/DP Foto) |
Dando sequência à publicação das sabatinas com os candidatos à Prefeitura da Cidade do Recife, o Diario de Pernambuco, Rádio Clube AM e o Blog Dantas Barreto receberam Dani Portela (Psol)
A entrevista, com duração de 40 minutos para todos os candidatos, está disponível no canal do Youtube do Diario de Pernambuco, e será veiculada na Rádio Clube AM às 9h da próxima segunda-feira (2).
A mesa foi composta pelos jornalistas André Luiz Cabral, apresentador da Rádio Clube; Ricardo Dantas Barreto, que assina o Blog Dantas Barreto e a coluna Diario Político; e Pedro Ivo Bernardes, que assina a coluna Diario Econômico do Diario de Pernambuco.
Hoje com 49 anos, a candidata foi alfabetizadora formada no Método Paulo Freire, vereadora da Cidade do Recife de 2020 a 2022, quando foi eleita deputada estadual, mandato que exerce desde de 2023. Filiada aos Psol desde 2016, disputou o Governo de Pernambuco em 2018, quando obteve 188.087 votos, o equivalente a 4,7% dos votos válidos. Em 2020 foi eleita como a vereadora mais votada do Recife, com 14.114 votos.
Confira a sabatina na integra
Confira os destaques de Dani Portela na entrevista:
Desigualdade
“Reduzir as desigualdades na cidade do Recife é o principal Desafio. O problema é a gente figurar entre as capitais mais desiguais desse país e a gente sabe que essas desigualdades têm classe social, têm gênero, têm raça”.
“Cada prefeitura faz escolhas, então o aprofundamento das desigualdades na cidade do Recife é fruto das escolhas dos últimos 12 anos da gestão do PSB, da qual João faz parte e deu continuidade às últimas gestões, porque eu digo que é fruto de escolha”.
“A gente vem propondo um programa de transferência de renda, chamado Bom de Viver. É um programa que vai criar uma renda básica, que vai ter um valor de transferência de renda para as famílias que estão no Cadúnico e não acessam nenhum benefício”.
Centro do Recife
“Estamos aqui no Bairro de Santo Amaro, próximo ao centro da cidade, no coração da cidade do Recife, e andar pelo centro da cidade e pelo Bairro de Santo Antônio e vários outros faz a gente se deparar com um verdadeiro cenário de guerra, de abandono. E a gente sabe que isso se intensificou na última década, com a desocupação do centro, com um aumento considerável da população de rua”.
“Qual é a realidade da cidade? A Habitado pela Humanidade, junto com a ONG FASE fizeram um levantamento e apontaram que há quase 24 mil imóveis desocupados no Recife, uma boa parte desses no centro. E muitas vezes esses imóveis devem mais do que eles valeriam se fosse vender”
“Se o centro está abandonado, imagina a situação nas periferias dessa cidade, né? A gente precisa começar por algum lugar e a proposta é começar pelo centro. Recentemente o Prefeito João Campos foi perguntado e ele fez uma proposta bem oposta. Ele disse que a proposta era isentar, na verdade anistiar as dívidas desses imóveis, porque eram propriedade privadas. Então eu repito mais uma vez, são escolhas”
Transporte público
“Recife tem o segundo pior trânsito do país, só perde para São Paulo, mas várias cidades. têm pensado em soluções que passam principalmente por fortalecimento do transporte público para diminuir e tentar reduzir o número de carros e favorecer um transporte que tenha melhor qualidade”
“A tarifa zero já foi implementada em algumas cidades do país, aí alguém diz, ah isso foi em cidades que tinham realmente o IDH mais alto que o Recife, o PIB mais alto que o Recife… mas não, ela foi implementada em Caucaia, no Ceará. É possível uma tarifa. Zero que seja progressiva. Não dá pra dizer que Dani assume primeiro Janeiro e ninguém vai pagar passagem. A gente tem que olhar com responsabilidade.
“Uma pauta histórica pra gente é a luta contra as privatizações, inclusive a privatização do metrô. A privatização precariza porque quem compra uma empresa quer lucro, parte do pressuposto do lucro e alguém vai pagar o preço desse lucro e geralmente é quem mais precisa, é a população que paga e muitas vezes não vê a melhoria dos serviços.
Segurança
“Primeiro, há um convite para o Recife aderir a um debate que o governo federal do presidente Lula tem feito, que é um projeto de segurança que fala em Segurança Urbana e Segurança Cidadã. Seria justamente uma parceria do governo federal com o estado e os municípios, entendo o papel da Polícia Federal e Forças Armadas para a União, das Polícias Civil e Militar para os estados e das Guardas Municipais para os municípios”.
“A segurança não é só ostensiva. Investir em segurança, por exemplo, é investir em iluminação pública de todos os bairros, porque tem local que quando você chega numa rua escura, você fica mais suscetível. É uma cidade que é insegura para muita gente, mas especial para muitas mulheres
“Especificamente sobre o armamento da Guarda, eu sou uma pessoa contrária ao armamento, seja da população seja da Guarda. Eu sempre debato isso e nunca escondi as minhas pautas históricas. A Guarda tem uma função sim, importantíssima, e armar um pequeno efetivo da Guarda não vai resolver o problema da Segurança Pública.
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