AMÉRICA DO SUL

Lula sugere novas eleições ou um "governo de coalizão" na Venezuela

O presidente disse ainda nesta quinta-feira (15/8) que não pode reconhecer nem a vitória de Maduro, nem a do candidato de oposição, Edmundo González, por não ter os dados

Publicado em: 15/08/2024 13:42 | Atualizado em: 15/08/2024 14:58

Lula: "O Maduro tem seis meses de mandato ainda. Só termina em janeiro do ano que vem. Ele é o presidente independentemente das eleições" (Foto: EBC)
Lula: "O Maduro tem seis meses de mandato ainda. Só termina em janeiro do ano que vem. Ele é o presidente independentemente das eleições" (Foto: EBC)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (15/8) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pode convocar novas eleições ou montar um "governo de coalizão" com opositores para resolver a crise eleitoral no país.
 
Lula disse ainda que não pode reconhecer a vitória de Maduro sem os dados das atas eleitorais, que ainda não foram divulgadas, mas que também não pode chancelar o candidato de oposição, Edmundo González, pelo mesmo motivo. Sobre a demora na liberação dos dados, o petista disse que Maduro está "devendo explicações".
 
"O Maduro tem seis meses de mandato ainda. Só termina em janeiro do ano que vem. Ele é o presidente independentemente das eleições. Se ele tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela. Quem sabe até invocar novas eleições, estabelecer critérios para a participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário, que participe todo mundo, e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições", disse Lula em entrevista à Rádio T, de Curitiba, Paraná.
 

Lula argumentou que não pode ser precipitado e deve respeitar a soberania da Venezuela, assim como quer que outros países respeitem a soberania do Brasil. Questionado, o presidente respondeu que ainda não reconhece a vitória de Maduro.
 
"Ainda não. Ele sabe que ele está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e com o mundo. Ele sabe disso", pontuou. O presidente disse que cobrou transparência a Maduro em conversas anteriores às eleições, e citou que o ditador se comprometeu a cumprir as exigências para que as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia o país fossem levantadas.

Governo de coalizão
 
Além de convocar novas eleições, Lula sugeriu que Maduro pode criar um governo de coalizão, com a participação dos opositores, citando como exemplo sua própria gestão.

"Muita gente que está no meu governo não votou em mim. E eu trouxe todo mundo para participar do meu governo. Ou faz um governo de coalizão... Veja, aqueles que querem que a oposição sej vitoriosa, eu não posso dizer que a oposição foi vitoriosa, porque eu não tenho os dados. Muito menos dizer que o Maduro foi vitorioso, porque eu não tenho os dados", explicou Lula. 
 
O presidente está na capital do Paraná nesta quinta-feira, onde visita uma fábrica de fertilizantes e a fábrica da Renault. Amanhã (16) ele vai para o Rio Grande do Sul, onde participa do lançamento de moradias do Minha Casa Minha Vida para famílias que ficaram desabrigadas após as enchentes no estado.

Confira a matéria no site do Correio Braziliense
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