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Eleições 2024: o que os principais candidatos à Prefeitura do Recife propõem para as mulheres

No Recife, 55% do eleitorado é composto por mulheres


No Recife, 55% do eleitorado é composto por mulheres, um total de 674.095 eleitoras. O número expressivo pode resultar em mais políticas públicas voltadas para as mulheres, não é mesmo? Afinal, os candidatos ao pleito podem querer atrair essa parcela com propostas que beneficiarão o público feminino recifense. Confira, a seguir, as propostas para as mulheres dos cinco principais candidatos à prefeitura da capital pernambucana.

 

Daniel Coelho

 

O candidato Daniel Coelho (PSD) tem, em sua chapa, a candidata a vice, Mariana Melo (PSDB), ex-secretária da Mulher do Governo de Raquel Lyra e presidente do PSDB Mulher no Estado. Se eleitos, a chapa promete investir em qualificação e capacitação profissional, políticas exclusivas para as mulheres e programas de saúde, além de implementar políticas específicas para o empoderamento econômico de mulheres.

 

A chapa propõe um programa de inclusão feminina na área de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia

e Matemática), que irá "estimular a inclusão de mulheres nas áreas de ciências, tecnologia, engenharias e matemática, em parceria com o sistema S e universidades locais. O foco é na inserção de mulheres em áreas de trabalho com maior renda."

 

Os candidatos também defendem o empoderamento de grupos vulneráveis por meio de “políticas específicas para o empoderamento econômico de mulheres, jovens, negros e pessoas com deficiência, garantindo igualdade de oportunidades e acesso a recursos (microcréditos).”

 

Coelho e Melo também propõem um programa de incentivo ao comércio chefiado por mulheres na gastronomia, com foco na promoção da culinária regional. Outras políticas exclusivas incluem "centros de referência em bairros estratégicos e desassistidos de serviços públicos" e a aplicação de "campanhas contínuas de conscientização sobre igualdade de gênero e combate à violência contra a mulher, nas escolas municipais e em parceria com escolas privadas, empresas e organizações da sociedade civil."

 

Por fim, afirmam que irão “ampliar e melhorar os serviços de saúde voltados para as mulheres, com foco em saúde reprodutiva, pré-natal, prevenção de câncer e saúde mental." Além disso, "unidades móveis de saúde serão disponibilizadas para atender áreas periféricas e comunidades específicas."

 

Gilson Machado

 

Assim como Coelho, Gilson Machado (PL) também tem uma vice-candidata mulher, Leninha Dias (PL). A palavra "mulher" aparece seis vezes no plano de governo de Gilson, sendo três delas na descrição da vice. Em relação à segurança pública, afirmam que “capacitarão todos os profissionais de segurança para promover o combate à violência contra mulheres, crianças, idosos e vulneráveis, além de oferecer atendimento adequado às vítimas”. Também prometem construir um “centro de atendimento humanizado e especializado no atendimento à mulher em situação de violência doméstica."

 

Por fim, prometem que a “saúde preventiva será uma prioridade, com campanhas de prevenção a arboviroses (dengue, chikungunya, entre outras), doenças de risco, saúde mental, saúde da mulher e do idoso, vacinação e saúde bucal.”

 

João Campos

 

O candidato à reeleição e atual prefeito do Recife, João Campos (PSB), tem em sua chapa Victor Marques (PCdoB), ex-chefe de gabinete. No plano de governo, a palavra “mulheres” aparece apenas duas vezes. Na primeira, a chapa realça os feitos da gestão de Campos nos últimos quatro anos.

 

“Diante dos avanços já alcançados nas pautas que envolvem garantia e promoção de direitos para as mulheres, população idosa, juventude, pessoas com deficiência, população negra e população LGBTQIA%2b, e cientes da constante evolução da sociedade e de suas necessidades, sabemos que ainda há mais o que conquistar, pois a luta em defesa de direitos fundamentais deve ser permanente, ativa e coletiva”, afirmam.

 

Em seguida, prometem “potencializar as mulheres recifenses para ocuparem os mais diferentes espaços na sociedade e seguir avançando com o amplo conjunto de políticas públicas e programas sociais para reduzir toda e qualquer forma de desigualdade.”

 

Dani Portela

 

Dani Portela (PSOL) é uma das três mulheres na disputa ao pleito. Ao lado dela, está a candidata a vice Alice Gabino (REDE), formando a única chapa composta inteiramente por mulheres. As candidatas apresentam propostas para saúde, emprego, agricultura e políticas para as mulheres, entre outras áreas.

 

Em relação à saúde, prometem “capacitar profissionais de saúde para o atendimento às mulheres vítimas de violência sexual e/ou doméstica nas unidades de saúde e implantar a notificação compulsória, assegurando que os dados sejam registrados para acompanhamento e monitoramento pelos municípios.”

 

Na área de trabalho, emprego e renda, as propostas incluem a ampliação de "políticas públicas de qualificação, emprego e geração de renda para mulheres, população negra, LGBTQIAPN e pessoas com deficiência", além da criação de um "programa especial de formação para mulheres, com foco em jovens, mães e mães de crianças com algum tipo de problema de saúde."

 

A chapa também promete “fortalecer o projeto dos Quintais Produtivos de mulheres, para assegurar o plantio e a distribuição de alimentos para as pessoas vulnerabilizadas de cada território.”

 

No tópico de políticas para as mulheres, elas prometem criar centros de atendimento multidisciplinar com apoio psicossocial e jurídico para vítimas de violência, implementar uma Política Municipal de Atenção Integral à Saúde da Mulher, priorizar mulheres, especialmente negras, no acesso a programas de habitação, trabalho, emprego e renda, e ampliar ações de enfrentamento à violência contra as mulheres.

 

A chapa também contempla a população LGBTQIAPN, incluindo mulheres transexuais e travestis, sendo este o único plano de governo que aborda o grupo. Afirmam que irão “incluir a população LGBTQIAPN nas políticas de redistribuição de renda e destinar cotas para mulheres transexuais e travestis nos programas voltados para as mulheres, a exemplo do Programa Emprega Mulher (Governo Federal) e do Programa Transcidadania (São Paulo).”

 

Técio Teles

 

A chapa do candidato pelo Novo também é composta por uma mulher, Kelly Souza (Novo). Em todo o plano de governo, de 38 páginas, a palavra “mulher” é citada apenas uma vez, ao apontar o aumento dos índices de violência por gênero. No entanto, o termo e suas derivações (como “feminino”) não aparecem entre as propostas.

 

“A taxa de homicídios em nossa cidade revela um quadro ainda mais grave. Em 2023, Recife encerrou o ano com um aumento de 10% na quantidade de homicídios em comparação com 2020, o ano em que a atual gestão municipal assumiu. Esse aumento supera inclusive o índice estadual, que foi de 6% no mesmo período. Somado a isto, observamos também o aumento da violência contra a mulher, que subiu 6,5% em relação ao ano anterior. Esse não é o ambiente que queremos para viver, trabalhar e criar nossos filhos.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco