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O tabuleiro do segundo turno: 535 mil eleitores voltam às urnas em Olinda e Paulista

Vinicius Castello (PT), Mirella Almeida (PSD), Severino Ramos (PSDB) e Júnior Matuto (PSB) disputam os votos indecisos em suas cidades


Passado o primeiro turno das eleições municipais, os candidatos de quase todas as cidades pernambucanas já desmontaram seus palanques, e os eleitores já sabem quem serão os seus representantes para os próximos quatro anos. Olinda e Paulista, no entanto, continuam em campanha para o segundo turno do pleito, quando 535.535 pernambucanos voltam às urnas.

Em Olinda, a etapa final da disputa é entre o vereador Vinicius Castello (PT), que acabou na primeira posição no último dia 6, com 38,75% dos votos, contrariando todas as pesquisas, e a ex-secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação, Tecnologia e Turismo, Mirella Almeida (PSD), com 30,02%.

Já a cidade de Paulista deve decidir entre o ex-deputado estadual Severino Ramos (PSDB), que conquistou 44,36% dos votos no primeiro turno, e o ex-prefeito e recém-empossado deputado estadual Júnior Matuto (PSB), que somou 30,66%.

Eleitor indeciso

Com o início da nova etapa das campanhas eleitorais na noite da última segunda-feira (7) - 24 horas após o fim da votação - e a volta do horário eleitoral obrigatório nas rádios e televisões na últimas sexta (11), os candidatos precisam convencer os milhares de cidadãos que votaram em outros prefeituráveis de que são a melhor opção para a cidade.

Olinda é o terceiro município com maior número de eleitores em Pernambuco, com 300.304 pessoas aptas a votar. Destas, 244.040 foram às urnas no dia do voto, com 80.422 votando em Castello, e 62.289, em Mirella.

Considerando apenas os votos válidos - aqueles eleitores que votaram em um candidato, ao invés de branco ou nulo - há 64.805 cidadãos sem saber qual número digitar na urna no dia 27 deste mês

Paulista, por sua vez, conta com 235.231 votantes registrados, dos quais 190.117 participaram do primeiro turno do processo eleitoral.

Ramos recebeu 74.092 votos válidos, enquanto Matuto ficou com 51.213. Isso significa que há 41.714 eleitores a serem conquistados pelos dois candidatos restantes no pleito.

Apoio de adversários

Por vezes, o eleitor pode decidir em quem votar no segundo turno não pelas propostas de um dos candidatos, mas pelo posicionamento do prefeiturável em quem votou no primeiro turno, e acabou derrotado. A presença de ex-adversários no palanque pode ser um diferencial, e até mesmo virar o jogo.

Vinicius Castello já faturou o apoio de dois de seus rivais do primeiro turno. Antônio Campos (PRTB) foi o primeiro a se posicionar, no dia seguinte à eleição. No entanto, afirmou que não deve participar de atos do petista, apenas gravar um vídeo em apoio.

O atual vice-prefeito Márcio Botelho (PP), por sua vez, já esteve ao lado de Castello em ato de anúncio da aliança, com adesivo do petista no peito, e convidado seus eleitores a “votar 13 nas urnas”. Rompido com a atual gestão de Olinda, Botelho foi quem mais antagonizou Mirella durante a campanha eleitoral.

A candidata derrotada com número mais expressivo de votos, no entanto, é Izabel Urquiza (PL), que ainda não se posicionou na reta final da disputa. Como nas cidades com mais de 200 mil eleitores a decisão de apoio fica a cargo do diretório nacional do partido, é pouco provável que a bolsonarista se alie ao petista.

No entanto, as diferenças entre Urquiza e a atual gestão municipal também dificultam um possível apoio. As chances maiores são de que a chapa derrotada se mantenha neutra, e os eleitores decidam por si só qual dos candidatos no segundo turno eles rejeitam menos.

Em Paulista, Matuto faturou o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), que apesar de não estar na eleição, tem a atual prefeitura da cidade com Yves Ribeiro, que desistiu de tentar a reeleição no período de pré-campanha.

Apesar da aliança nacional entre PT e PSB, os petistas apoiaram Francisco Padilha (PDT) no primeiro turno. Derrotado, Padilha declarou seu voto em Ramos (PSDB) para a segunda parte da disputa.

O diretório municipal do PT inicialmente seguiu o movimento e chegou a anunciar apoio ao tucano, mas foi contrariado pela presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, e vai ficar ao lado do socialista.

Padilha, no entanto, performou abaixo do esperado nas eleições, e ficou em quinto lugar. Os prefeituráveis derrotados Lívia Álvaro (PP) e Edinho Faz (PL) ainda não declararam voto em ninguém, mas é improvável que dividam palanque com Matuto.

Duelo de padrinhos

Outras presenças importantes nos atos de campanha são as dos padrinhos políticos, e ambos os municípios terão o mesmo embate. De um lado, um candidato com apoio do presidente Lula (PT) e do prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB). Do outro, o prefeiturável da governadora Raquel Lyra (PSDB).

O gestor da capital pernambucana já afirmou que deve subir nos palanques de Castello e Matuto ao longo do mês. O candidato olindense esteve em Brasília para negociar uma vinda de Lula, enquanto o paulistense chegou a se encontrar com o chefe do executivo para gravar vídeos de apoio.

A mesma participação também deve ser esperada da governadora, que apesar de ter vencido ainda no primeiro turno em Caruaru, sua terra-natal, performou abaixo do esperado no Recife com Daniel Coelho (PSD), e precisa demonstrar sua força na Região Metropolitana.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco