Estudantes, professores e servidores da Universidade de Pernambuco (UPE) perseguidos pela Ditadura Militar no Brasil serão homenageados e receberão diplomas da instituição.
A reparação histórica foi aprovada nesta quinta-feira (31) pelo Conselho Universitário da Universidade de Pernambuco (COSUN-UPE).
O levantamento chegou a 12 membros da UPE atingidos pelo Ato Institucional n.º 05 (AI-05), de 13 de dezembro de 1968, ou o Decreto-Lei n.º 477, de 26 de fevereiro de 1969.
Os diplomas serão entregues no dia 25 de novembro, a partir das 9h, em solenidade realizada no Auditório Clélio Lemos da Faculdade de Administração e Direito da UPE.
Na ocasião, também será inaugurada uma placa com o nome dos homenageados, que será fixada na Reitoria da UPE.
Homenageados
A militante do movimento estudantil Rosane Alves Rodrigues receberá Diploma de Bacharel em Medicina In Memoriam.
A estudante da Faculdade de Ciências Médicas da UPE precisou entrar na clandestinidade e se exilar no Chile e na Dinamarca.
Devido à luta pela democracia, não conseguiu concluir o curso de Medicina.
Também serão concedidos o Diploma da Resistência aos servidores e estudantes:
- Enildo Galvão Carneiro Pessoa (In memoriam), docente da POLI;
- Francisco de Sales Gadelha de Oliveira (In memoriam), estudante da FCM;
- Ilmar Pontual Peres (In memoriam), estudante da FCAP;
- Javan Seixas de Paiva (In memoriam), docente da FOP;
- José Almino Arraes de Alencar Pinheiro, estudante da POLI;
- José Luiz de Oliveira (In memoriam), estudante FCM;
- José Romualdo Filho, estudante da FCM;
- Maria Zélia de Sousa Levy, estudante da FOP;
- Paulo Santos Carneiro, estudante da FCM;
- Rildege de Acioli Cavalcanti (In memoriam), estudante da FOP;
- Severino Vitorino de Lima, servidor técnico-administrativo da FOP.
Levantamento
A pesquisa foi realizada pelo professor Carlos André Moura, docente do curso de História da UPE – Campus Mata Norte, com apoio dos movimentos sociais, a exemplo do Tortura Nunca Mais de Pernambuco.
Para a identificação dos nomes, realizou-se pesquisas no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e no espólio da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara.
Também foram identificadas pessoas que não estavam registradas em documentos da Comissão da Verdade.
“Com a concessão dos diplomas, buscamos fazer uma reparação histórica aos estudantes e servidores que lutaram pela democracia. Se hoje estamos debatendo em um Conselho Universitário democrático, muito devemos aqueles que tombaram em um dos períodos históricos mais difíceis no Brasil republicano”, destacou o professor Moura.
“A UPE é uma instituição comprometida com a democracia e a liberdade. Agradecemos aos estudantes e servidores que se empenharam nos movimentos sociais para garantir que hoje possamos viver em um país livre”, pontuou a professora Socorro Cavalcanti, Reitora da UPE.
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