CIRURGIA PLÁSTICA

Brasil é o segundo país do mundo em cirurgias de pálpebra

Publicado em: 08/04/2022 11:12

 (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução
Mesmo com a pandemia causando redução no número de cirurgias plásticas no mundo, os procedimentos ainda continuaram em alta no Brasil. Levantamento divulgado no último ano pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês) apontou que o Brasil foi o segundo país do mundo com maior número de cirurgias de pálpebra (blefaroplastia) realizadas. Foram 143 mil procedimentos do tipo, atrás apenas do Japão.

A blefaroplastia é a cirurgia para retirar o excesso de pele das pálpebras superiores e as bolsas de gordura que se formam na parte inferior. Segundo a ISAPS, é um dos três procedimentos plásticos mais feitos no mundo e o mais comum entre os homens (nas mulheres, é o terceiro mais realizado). 

Mas a plástica ocular vai muito além da blefaroplastia. Com o passar dos anos, a produção natural de colágeno no corpo humano vai desacelerando gradativamente, o que afeta a aparência e a saúde da visão. Alguns problemas mais comuns são as linhas de expressão que se formam ao redor dos olhos (os chamados "pés de galinha") e as pálpebras caídas. 

A principal função da plástica ocular é corrigir casos que afetam as regiões das pálpebras, sobrancelhas, vias lacrimais e a órbita. Do ponto de vista estético, a plástica ocular contribui para o rejuvenescimento facial e reduz a aparência cansada.

A oftalmologista Janaína Freitas, do Hospital de Olhos Santa Luzia, aponta os tipos mais comuns de plástica ocular. "Os procedimentos que envolvem a região palpebral (blefaroplastia, correção de ptose palpebral, triquíase, ectrópio, entrópio e exérese de tumores), vias lacrimais (sondagem, reconstrução e dacriocistorrinostomia), além de procedimentos estéticos como aplicação de toxina botulínica, preenchimentos, bioestimuladores, skin booster, fios de dermossustentacao, peelings", explica.

Seja por motivação estética ou de saúde, o paciente deve se precaver antes de realizar uma plástica ocular. A oftamologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE), Michelle Dias aponta alguns cuidados necessários antes de procedimentos do tipo. "Além da anamnese pedimos hemograma, coagulograma, perfil glicêmico e avaliação cardiológica", explica. Ela acrescenta que qualquer pessoa pode fazer uma plástica ocular. "Mas sempre avaliamos o risco e o benefício da cirurgia. A segurança do paciente está em primeiro lugar", afirma.

Cuidados importantes
 
A área periocular é rica em detalhes, sua anatomia é delicada e por isso precisamos escolher bem os produtos e os profissionais que irão cuidar dessa região com zelo e responsabilidade.

As indicações para o tratamento podem ser de motivação estética ou funcional (quando o problema afeta o funcionamento normal do olho). Muitas vezes estas alterações palpebrais precisam ser tratadas cirurgicamente porque podem afetar não somente a visão, mas também a saúde ocular.  O exame oftalmológico completo é fundamental para definir a melhor técnica cirúrgica para cada caso.

Qualquer oftalmologista pode fazer a Plástica Ocular? 
 
Não. O cirurgião Oculoplástico é o profissional que precisa passar por, pelo menos, 11 anos de formação acadêmica, até ser certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular. O especialista tem um conhecimento amplo e específico da saúde ocular, clínica e cirúrgica dos pacientes.

Principais casos em que se recomenda a realização da Plástica Ocular:

Blefaroplastia, cirurgia da pálpebra
A Blefaroplastia é um procedimento cirúrgico delicado, em que o Oculoplástico vai retirar o excesso de pele, fazendo um corte bem em cima da dobra natural do olho, posicionando as pálpebras corretamente, diminuindo a aparência cansada e envelhecida. Além disso, também pode ser realizada a retirada do excesso de gordura nas pálpebras inferiores, sem deixar evidências de cicatrizes.

Ptose Palpebral
Blefaroptose ou ptose palpebral é a condição em que há a queda da pálpebra superior, podendo cobrir o eixo visual. A ptose palpebral pode ser classificada de acordo com a época do aparecimento, em congênita ou adquirida. Em crianças pode ser mais grave, podendo levar ao comprometimento do desenvolvimento visual. 

Entrópio e Ectrópio Palpebral.
Entrópio e Ectrópio são dois tipos de doenças que têm uma alteração na posição da pálpebra. O Ectrópio caracteriza-se pela pálpebra virada para fora, causando desconforto ocular, podendo causar constante irritação e dor nos olhos. O Entrópio refere-se quando as pálpebras estão viradas para dentro, ou seja, em direção ao globo ocular, podendo causar infecções da córnea e desconforto.

Tumores palpebrais.
Semelhante aos tumores de pele localizados em outras regiões, os tumores palpebrais são caracterizados por sinais e sintomas como: ulceração, um tipo de ferida que surge na pálpebra, sangramento, dificuldade de cicatrização, nódulos, alteração da pigmentação da região, mudança do aspecto natural dos olhos e perda de cílios.

Obstruções das vias lacrimais.
Na anatomia humana, existe um canal que liga o olho até a cavidade nasal, dentro do nariz, que drena a lágrima e faz escoar. A apresentação da obstrução pode ser surgida na infância ou já na fase adulta, impedindo esse processo natural da lacrimação.

Entrevistados:
 
Dra Michele Dias, oftalmologista do HOPE – (81) 99387-4016
Dra Janaína Freitas, oftalmologista do Hospital de Olhos Santa Luzia – (81) 99665-1512

Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
WIDGET PACK - Sistema de comentários