CIRURGIA PLÁSTICA

Afinal, diabéticos podem fazer plástica?

O diabetes é uma condição na maioria dos casos silenciosa e que atinge milhões de pessoas em todo o mundo

Publicado em: 07/11/2024 11:39

 (Foto: Freepik)
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No mês de conscientização do Diabetes, uma doença crônica que é qualificada pela alta dos níveis de glicose no sangue, uma dúvida recorrente persiste: enfim, quem é diabético pode fazer uma plástica? Sim, pode, mas existem cuidados extras e tem que obedecer certas regras. Saiba quais são as exigências!
 
O diabetes é uma condição na maioria dos casos silenciosa e que atinge milhões de pessoas em todo o mundo, por isso manter uma dieta balanceada, praticar atividade física e realizar a análise laboratorial, ao menos anualmente, das taxas de glicose é essencial. Apesar de não ter cura pode ser controlada e isso é essencial para evitar  problemas decorrentes de saúde. Já para o caso daqueles que também precisam ou querem se submeter a alguma intervenção cirúrgica, o diabetes precisa estar necessariamente sob controle. 
 
Para os portadores do diabetes que desejam realizar uma cirurgia plástica, por exemplo, é necessário um acompanhamento médico criterioso, visando garantir o máximo de segurança, com medidas para evitar intercorrências. O Dr. André Eyler, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons, aponta que o diabetes pode comprometer a cicatrização e aumentar o risco de infecções, o que exige controle glicêmico rigoroso e da hemoglobina glicada, tendo acompanhamento do endocrinologista e do cirurgião. 
 
Além disso, a hidratação e uma nutrição adequada também são imprescindíveis para uma boa cicatrização, principalmente em pessoas com diabetes. O acompanhamento de um nutricionista em geral é indicado neste grupo, que prepara um cardápio que assegura uma dieta equilibrada que favorece a recuperação.
 
O especialista ressalta que antes de qualquer cirurgia são realizados exames que avaliam as condições de saúde do paciente. “Como a plástica é uma cirurgia eletiva e não de urgência, pode ser planejada e agendada com antecedência ou até adiada caso precise sem causar danos ao paciente. Mas, estar em boas condições de saúde é sempre fundamental”, diz o médico. 
 
Segundo o Dr. Eyler, antes da cirurgia o paciente tem que estar com sua glicemia bem controlada, sendo o ideal o controle glicêmico dentro dos parâmetros normais até alguns meses antes do procedimento. O cirurgião plástico pode solicitar uma avaliação de um endocrinologista para confirmar se ele está apto para a cirurgia e o endocrinologista pode sugerir ajustes na medicação para ajudar a manter a glicose em níveis seguros durante o processo.
 
O cirurgião explica que na consulta é feita uma anamnese meticulosa, exame físico e exames complementares importantes no manejo pré-operatório, com destaque para a hemoglobina glicosilada, que tem forte influência para complicações associadas ao diabetes. Assim, o planejamento cirúrgico tem como objetivos ainda a redução do tempo de jejum e a manutenção da rotina do paciente. Pacientes portadores do Tipo 1 precisam receber, mesmo em jejum perioperatório, que engloba desde a indicação da operação e termina quando o paciente retorna às suas atividades normais, insulina para suprir as demandas fisiológicas basais e evitar cetoacidose, que é o uso do corpo de gordura como fonte de energia, ao invés da glicose, devido à falta de insulina. Enquanto os pacientes do Tipo 2, tratados com fármacos injetáveis e/ou orais, são suscetíveis ao desenvolvimento de um estado hiperglicêmico. De modo que, o uso dos hipoglicemiantes e dos diferentes tipos de insulina é vital, além da determinação do horário cirúrgico e, do número de refeições perdidas para adequação de doses ou suspensão dos medicamentos. 
 
“O tempo de recuperação pode ser mais longo e há a necessidade de cuidados específicos com a glicemia e monitoramento dos níveis de açúcar no sangue no pré e pós-operatório para evitar complicações durante o período de recuperação. Além do mais, pede cuidados extras de higiene para evitar alguma infecção. Mas, muitas pessoas com diabetes podem fazer plástica, seguindo as devidas orientações médicas e a alimentação prescrita pelo nutricionista”, afirma o Dr. Eyler.
 
Outro ponto importante é a escolha de um cirurgião plástico experiente e com prática no atendimento a diabéticos. O profissional deve estar ciente das limitações e necessidades desse tipo de paciente, ajustando o programa da cirurgia e o pós-operatório de acordo. Em algumas situações, pode ser preciso prolongar o tempo de repouso e os cuidados com a região da cirurgia.
 
Porém, o especialista destaca também que a plástica pode trazer benefícios estéticos e melhorar a autoestima. “A busca por um corpo mais aperfeiçoado esteticamente é muito válido e impacta positivamente na qualidade de vida e a autoimagem. Mas, estar em boas condições de saúde é a indicação para todos os pacientes que se submetem a uma intervenção, uma vez que a saúde e a segurança devem vir em primeiro lugar”, concluiu.
 
Serviço:
 
@dr.andreeyler
Nordeste – São Paulo
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