Vida Urbana

Xadrez vira trunfo no jogo do conhecimento

Série Mestres da Criatividade mostra o sucesso de projeto desenvolvido em Olinda, que utiliza o jogo como ferramenta para acelerar o aprendizado

Sistema utilizado há cinco anos por Pedro Botelho capta a atenção dos alunos e intensifica o aprendizado. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A ideia deu tão certo que, cinco anos depois, foi expandida para todas as escolas da rede. Atualmente, Pedro percorre semanalmente as unidades de ensino do município para encantar os estudantes com o jogo. “Tudo começou na Escola Maria da Glória Advíncula. Eu já era professor desde 1994 e sentia que meu trabalho era muito repetitivo. Dava as mesmas aulas, sobre os mesmos esportes e me sentia envelhecido pela rotina”, lembra. Foi quando o professor decidiu introduzir o xadrez nas aulas. “Com o tempo, a Secretaria de Educação me convidou para levá-lo a toda a rede”, conta.

Toda semana o professor está em uma escola diferente. Ele leva um acervo pessoal com mais de 10 tabuleiros. Um tem os personagens da série animada Os Simpsons. Outro é uma réplica do jogo que aparece na série de filmes Harry Potter. “Os estudantes ficam encantados. A ideia é visitar todas as unidades da rede até 2016. Até agora, cerca de sete mil alunos já tiveram contato com as aulas”, diz o autor do projeto que levou o 1º lugar da edição de 2010 do Prêmio Anita Paes Barreto, entregue pela Prefeitura de Olinda aos professores da rede.

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A ação pluridisciplinar extrapolou as fronteiras da educação física e aborda conhecimentos em história, geografia, literatura e raciocínio lógico. “Aprendi sobre castelos e sobre a era medieval. Gostei muito”, diz Hugo Lima, 9 anos.

“O jogo envolve nossa mente e me ajudou a aprender outras matérias”, completa Thalita da Silva, 9. Segundo o professor, até o comportamento dos alunos melhora quando o projeto passa pela escola. Com o xadrez, o estudante ouve, observa e fica mais concentrado.

O esporte também requer disciplina e raciocínio. “Além de tudo isso, o xadrez traz autoestima para essas crianças e adolescentes. O que me inspirou a fazer esse projeto foi dar esperança aos alunos. Inicialmente, eles veem o jogo como chato e desagradável, acham que é um esporte para ricos. Depois, percebem que são capazes. Mudar a visão de mundo deles é o mais importante”, ressalta o professor.

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