Cirurgias de quadril Projeto norte-americano muda vida de pessoas com pouca mobilidade

Publicado em: 25/01/2017 16:14 Atualizado em: 25/01/2017 21:40

Marcos Dubeux apresentou projeto em visita ao vice-presidente do Diario de Pernambuco, Maurício Rands. Foto: Igo Bione/DP
Marcos Dubeux apresentou projeto em visita ao vice-presidente do Diario de Pernambuco, Maurício Rands. Foto: Igo Bione/DP
Cerca de 40 pernambucanos com dificuldades de mobilidade voltarão a andar. Não é um milagre bíblico, mas sim um esforço de cooperação, sensibilidade e caridade cuja iniciativa partiu de empreendedores locais que se articularam com a Secretária Estadual de Saúde e possibilitaram a vinda da missão Operation Walk Chicago ao estado. A organização norte-americana  chega pela primeira vez ao Brasil e aporta no Hospital Dom Helder Câmara trazendo 53 médicos voluntários para um mutirão de cirurgias de artroplastia de quadril.

O procedimento, considerado de alta complexidade, custa cerca de R$ 50 mil por paciente. Com a missão, que segue esta quintafeira, os pernambucanos contemplados receberão próteses exclusivas e a cirurgia gratuitamente. A missão também inclui a transferência de conhecimento e culminará num simpósio na sexta-feira.

O grupo, fundado em 2005, tem realizado cirurgias na China, Equador, Índia, Vietnã, Nepal e nos Estados Unidos. O investimento total da missão Brasil é de R$ 4 milhões. O organizador e principal incentivador da vinda da missão é o empresário Marcos Roberto Dubeux, dono da Cone S/A, que após passar por problemas relacionados ao ligamento de um de seus joelhos, conheceu a organização e ficou interessado em trazê-la ao Brasil. “Pensei: já que temos tanta gente precisando de assistência, porque não levar para Pernambuco? Porque não fazer a articulação, que é um esforço pequeno e viabilizar isso? Os médicos que vem ao estado, por exemplo, virão em seus períodos de férias, apenas para ajudar. Porque nós não nos articulamos para ajudar também? “, comenta Dubeux, que apresentou o projeto durante visita ao vice-presidente do Diario de Pernambuco, Maurício Rands.

Com essa mesma visão, ele encontrou apoio com outros pernambucanos que se uniram a empreitada: a MAP Import, Severien Andrade Alencar Advocacia; Ventana Serra Logística e Elo Comércio Exterior além do Itamaraty, o Ministério da Indústria e Comércio Exterior, a Agência Nacional de Vigilãncia Sanitária, a Receita Federal e o Consulado Americano no Recife.

Os pacientes que se submeterão ao procedimento foram previamente selecionados pela Secretaria Estadual de Saúde com a aprovação do médico Júlio Arraes, responsável local pela visita. “Optamos por esses nomes, de uma lista de centenas que estão esperando o procedimento no estado, analisando aqueles que não tem seguro-saúde, nem condições de pagar por conta própria e também quem tem condições físicas de aguentar o procedimento, que é complexo e dura duas horas”, esclarece.

Segundo Júlio Arraes, a equipe que chegará ao estado amanhã conta com 53 profissionais entre cirurgiões, fisioterapeutas, anestesistas e enfermeiros. “No Dom Helder, teremos mais 20 profissionais da ortopedia envolvidos no mutirão e mais médios convidados de outras unidades hospitalares de Pernambuco”, reforça.

As cirurgias realizadas pela missão são para substituição articular de joelho e quadril, mas nesta primeira etapa serão apenas para colocação de próteses de quadril. Marcos Roberto Dubeux reforça que a ideia agora já é viabilizar a vinda do Operation Walk uma segunda vez, ainda em 2017, que deverá contemplar pacientes com disfunção articular nos joelhos. “Queremos, inclusive, fazer um manual com o passo a passo dessa primeira visita, para ajudar outros estados que queiram tentar algo semelhante com organizações norte-americanas. Queremos que o Brasil seja um destino constante dessas missões e Pernambuco será o modelo”, prevê.

A transferência de conhecimento da missão, além do acompanhamento das cirurgias por médicos locais, culminarão no simpósio acadêmico que ocorrerá no auditório da Secretaria Estadual de Saúde, das 9h Às 12h30. Os temas serão debatidos pela equipe da Operation Walk e quem quiser participar pode procurar a secretaria. No simpósio serão vistas patologias de quadril, reabilitação e gerenciamento da dor.