Onda de violência Paulo Câmara cancela agenda em São Paulo e retorna para Pernambuco Diante da onda de violência, agravada com o assalto desta madrugada, governador decidiu voltar para o estado

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/02/2017 10:45 Atualizado em: 21/02/2017 11:12

Paulo Câmara havia embarcado para Campinas na segunda-feira. Foto: Anderson Freire/Esp.DP
Paulo Câmara havia embarcado para Campinas na segunda-feira. Foto: Anderson Freire/Esp.DP

Depois do assalto ocorrido na madrugada desta terça-feira a empresa de segurança Brinks, o governador Paulo Câmara cancelou a agenda que tinha marcada em São Paulo nesta terça-feira. O governador havia embarcado para Campinas na segunda-feira, mas desistiu de cumprir a agenda no outro estado para retornar para Pernambuco. Diante da onda de violência, agravada com o assalto desta madrugada, a oposição tem feito pressão para que o estado solicite o envio de tropas federais para garantir a segurança no Carnaval.

Força Nacional

A bancada de oposição ao governo do estado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) protocola, nesta terça-feira, um ofício encaminhado ao governador Paulo Câmara, para que o estado solicite ao Governo Federal o envio de tropas federais para reforçar a segurança durante o carnaval. Os parlamentares oposicionistas também vão encaminhar ofícios aos ministros da Justiça e da Defesa. O ato está marcado para as 11h, no Palácio do Campo da Princesas.

Também esta manhã, a Secretaria de Defesa Social (SDS) apresenta o plano de segurança para o carnaval 2017. A entrevista coletiva foi marcada para as 10h, no auditório da SDS, bairro de Santo Amaro. Devem participar do anúncio o secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, e os comandantes das polícias Militar, Civil, Científica e Corpo de Bombeiros.

O anúncio, no entanto, deve dar lugar a questionamentos sobre o aumento da violência diária no estado, principalmente diante da investida ousada de bandidos realizada na madrugada desta terça-feira na Zona Oeste do Recife.

O assalto
Hoje, moradores da área acordaram apavorados com o som de diversos disparos de armamento pesado e explosões. A quadrilha, formada por cerca de 30 homens encapuzados e fortemente armados, invadiu um posto de combustíveis e explodiu o cofre daempresa de segurança e transporte de valores Brinks, na Avenida Recife. De acordo com informações extra-oficiais, os bandidos conseguiram acessar o cofre da empresa e levar uma grande quantia em dinheiro. Fala-se em cerca de R$ 60 milhões.

Por volta das 2h30, a Polícia Militar chegou ao local e houve troca de tiros com os integrantes da quadrilha, assustando moradores da localidade, que fizeram relatos nas redes sociais. Três PMs ficaram feridos. Dois deles foram socorridos ao Hospital da Restauração (HR) e um foi atendido no local, com tiro de raspão. Um PM levou um tiro no braço e o outro, na perna. O terceiro foi atingido de raspão na orelha. Todos passam bem. Apesar do confronto, ninguém foi preso até o momento.  Os policiais militares que entraram em confronto com os suspeitos acreditam que o grupo é formado por criminosos de outros estados, por terem ouvido sotaques do Sul e Sudeste do país. Na fuga, a quadrilha deixou cilindros de gás, armas e coletes. Além disso, comerciantes relataram prejuízos deixados pelos bandidos.

A investida, de grande porte, aconteceu no primeiro dia de trabalho do novo comandante da Polícia Militar, o coronel Vanildo Maranhão, no dia da posse do novo chefe de Polícia Civil, Joselito Amaral e em meio à operação padrão realizada pelos policiais e bombeiros, iniciada em dezembro do ano passado. Durante a operação de hoje, um PM chegou a criticar a falta de armamento da categoria, alegando que a frota utilizou fuzis emprestados do Exército para sair às ruas esta madrugada. Em entrevista à TV Globo, o coronel admitiu o uso de armamentos do Exército, mas garantiu que a frota está equipada para combater a criminalidade. Já a Polícia Civil só deve se pronunciar ao final da operação, realizada por uma força tarefa criada especialmente para investigar os cada vez mais recorrentes casos de assaltos e explosões a bancos, carros-fortes e empresas de segurança.