Mobilização
MTST entra em confronto com a polícia após ocupação da sede da Cehab
Conflito aconteceu na Avenida Agamenon Magalhães
Por: Diario de Pernambuco
Publicado em: 21/02/2017 16:45 Atualizado em: 21/02/2017 19:44
Após uma madrugada de tiroteios e explosões, o Recife reviveu momentos de terror, na tarde desta terça-feira, na Avenida Agamenon Magalhães, um dos principais corredores de tráfego da cidade. Uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na Companhia Estadual de Habitação (Cehab) teve confronto direto com a polícia. Os manifestantes tentaram invadir o órgão, mas no local também funciona a sede do 13º Batalhão da Polícia Militar e a Central de Flagrantes da Capital. A repressão ao movimento foi imediata e, segundo testemunhas, truculenta. Foram disparados tiros de bala de borracha, gás de pimenta e integrantes do movimento denunciaram até mesmo o uso de armas letais contra o MTST. Cerca de 20 pessoas foram detidas e houve dezenas de feridos.
"Foi uma cena de guerra. Foi horrível. Desesperador. Os moradores viram como eu fiquei e me ajudaram a passar por dentro da comunidade porque não tinha como passar na Agamenon. Estava muito perigoso", desabafou uma testemunha que preferiu não se identificar.
Nesta terça-feira, estava marcada uma reunião de negociação entre o Governo de Pernambuco e o MTST. No entanto, o encontro foi remarcado para a quarta e, então, por volta das 15h30, teve início o confronto. "Nós estávamos abrindo o diálogo com o MTST Brasil sobre uma ocupação recente que eles fizeram. Começamos a conversar ontem (segunda), mas não tínhamos como construir todas as pautas. Pedimos para fazer amanhã (quarta) e eles concordaram. O que houve foi uma invasão. Eles chegaram quebrando tudo, ameaçando as pessoas. Não é forma ideal para quem quer construir uma democracia e clama tanto por ela", declarou o presidente da Cehab e secretário de Habitação de Pernambuco, Bruno Lisboa. "Nós fomos surpreendidos. O movimento agiu de forma errada porque a mesa de negociação não estava fechada. Ainda se estivesse, não caberia fazer isso. Quem é da luta e negocia com a gente sabe que aqui funciona o batalhão da Polícia Militar. Eu não sei de onde saiu esse povo", disse.
A advogada dos Direitos Humanos Ana Cecília Gomes, que acompanhava o movimento, denuncia abusos da Polícia Militar durante a operação. "Eles alegam que houve deterioramento do patrimônio público, mas quem estava do lado de fora só gritava palavras de ordem. O movimento só veio para negociar, tanto que havia idosos e crianças. Eu já acompanhei diversos atos e sei que há reação, mas eu nunca vi nada assim. Cerca de 20 pessoas foram detidas e houve muitos feridos", detalhou. Segundo Ana Cecília, o advogado Caio César Moura, que também acompanhava o ato e tentava mediar o conflito, foi atingido por um disparo de bala de borracha no joelho e foi detido pela PM.
No confronto, houve dezenas de feridos. "Não houve diálogo. A polícia chegou atirando, incluindo com armas letais. Todo mundo correu para Agamenon e para o Campo do Onze para tentar se proteger. Uma mulher foi ferida na coxa e nós pegamos ela, colocamos numa cadeira e não era bala de borracha. O tiro atravessou a perna dela. Tinha buraco de entrada e de saída", explicou o estudante Tiago Paraíba.
Sobre a retomada das negociações com o MTST, o secretário Bruno Lisboa não hesitou. "Mesmo com o ocorrido, vamos continuar a dialogar com os movimentos sociais", concluiu.
Ocupações
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ocupam um terreno ao lado do Terminal da Integração do Barro. Há especulação de que centenas de famílias estejam no local.
"Foi uma cena de guerra. Foi horrível. Desesperador. Os moradores viram como eu fiquei e me ajudaram a passar por dentro da comunidade porque não tinha como passar na Agamenon. Estava muito perigoso", desabafou uma testemunha que preferiu não se identificar.
Nesta terça-feira, estava marcada uma reunião de negociação entre o Governo de Pernambuco e o MTST. No entanto, o encontro foi remarcado para a quarta e, então, por volta das 15h30, teve início o confronto. "Nós estávamos abrindo o diálogo com o MTST Brasil sobre uma ocupação recente que eles fizeram. Começamos a conversar ontem (segunda), mas não tínhamos como construir todas as pautas. Pedimos para fazer amanhã (quarta) e eles concordaram. O que houve foi uma invasão. Eles chegaram quebrando tudo, ameaçando as pessoas. Não é forma ideal para quem quer construir uma democracia e clama tanto por ela", declarou o presidente da Cehab e secretário de Habitação de Pernambuco, Bruno Lisboa. "Nós fomos surpreendidos. O movimento agiu de forma errada porque a mesa de negociação não estava fechada. Ainda se estivesse, não caberia fazer isso. Quem é da luta e negocia com a gente sabe que aqui funciona o batalhão da Polícia Militar. Eu não sei de onde saiu esse povo", disse.
A advogada dos Direitos Humanos Ana Cecília Gomes, que acompanhava o movimento, denuncia abusos da Polícia Militar durante a operação. "Eles alegam que houve deterioramento do patrimônio público, mas quem estava do lado de fora só gritava palavras de ordem. O movimento só veio para negociar, tanto que havia idosos e crianças. Eu já acompanhei diversos atos e sei que há reação, mas eu nunca vi nada assim. Cerca de 20 pessoas foram detidas e houve muitos feridos", detalhou. Segundo Ana Cecília, o advogado Caio César Moura, que também acompanhava o ato e tentava mediar o conflito, foi atingido por um disparo de bala de borracha no joelho e foi detido pela PM.
No confronto, houve dezenas de feridos. "Não houve diálogo. A polícia chegou atirando, incluindo com armas letais. Todo mundo correu para Agamenon e para o Campo do Onze para tentar se proteger. Uma mulher foi ferida na coxa e nós pegamos ela, colocamos numa cadeira e não era bala de borracha. O tiro atravessou a perna dela. Tinha buraco de entrada e de saída", explicou o estudante Tiago Paraíba.
Sobre a retomada das negociações com o MTST, o secretário Bruno Lisboa não hesitou. "Mesmo com o ocorrido, vamos continuar a dialogar com os movimentos sociais", concluiu.
Ocupações
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ocupam um terreno ao lado do Terminal da Integração do Barro. Há especulação de que centenas de famílias estejam no local.
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