Vida Urbana

Marcha pela Ciência acontece em 21 cidades brasileiras

Movimento ocorre em mais de 500 cidades de todo o mundo com o objetivo de destacar a importância de atividade e da pesquisa científica para a vida das pessoas

Acontece logo mais às 14h, no Marco Zero, no Bairro do Recife, a concentração para Marcha pela Ciência. Neste sábado, dia 22, cientistas de todo o mundo marcharão em mais de 500 cidades ao redor do planeta para chamar atenção para o importante serviço que a comunidade científica presta à sociedade e pedir que os políticos parem de propor projetos que não sejam baseados em evidências. Lançada nos Estados Unidos em reação à tentativa de Donald Trump de desmontar organizações científicas do governo e passar decretos que vão contra evidências científicas, a Marcha pela Ciência logo ganhou adeptos por todo o mundo.

No Brasil, onde a ciência está em risco por conta dos cortes indiscriminados nos orçamentos do governo, foram confirmadas manifestações em 20 cidades. Além do Recife, ocorre também em Belém, Belo Horizonte, Diamantina, Natal, Pato Branco, Petrópolis, Petrolina, Porto Alegre, Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo, São Carlos, Boa Vista, Goiânia, Brasília, Alto Araguaia, Itajubá, Ilhéus, Salvador e Curitiba.

“Temos carência de políticas públicas e investimentos que favoreçam a pesquisa científica. Os estudos da comunidade científica trazem inúmeros benefícios à sociedade, da saúde pública à economia, passando pelo meio ambiente e novas tecnologias sustentáveis, destaca Felipe Simões, aluno de graduação em Biologia pela Universidade de São Paulo e um dos organizadores do evento na capital paulista.

A mobilização visa chamar a atenção para o valioso papel de serviço público que a ciência desempenha na sociedade, destacar a necessidade de uma educação científica contínua, lutar contra a discriminação dentro das próprias instituições e comunidades e reforçar que os políticos devem sempre propor e promulgar leis e politicas públicas baseadas em evidências científicas.  

A questão dos cortes orçamentários será o principal mote da marcha no Rio de Janeiro, onde os organizadores utilizarão tesouras de papelão para fazer um “tesouraço” denunciando e criticando os enormes cortes que ocorreram nos recursos para Ciência & Tecnologia no país e no Rio de Janeiro, bem como em outras áreas como educação, meio ambiente, cultura etc.

Em São Paulo, um dos  objetivos é também lutar pela democratização dos estudos científicos, tornando-os mais acessíveis e abertos à comunidade. “Precisamos  aproximar a sociedade da ciência, pois ela é utilizada para o bem comum”, sintetiza Flávia Virginio Fonseca, aluna de doutorado do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.  “As pessoas não se interessam pela ciência e parte disso se deve à falta de preparo dos próprios cientistas para lidar com a divulgação dos estudos de maneira fácil e objetiva. Por isso queremos também conscientizar a comunidade científica sobre a importância dessa parceria com a comunidade. A ciência deve ser inclusiva”,  comenta.

As marchas estão sendo organizadas localmente por cientistas e entusiastas da ciência e envolvem instituições de ponta em ciência e educação. No Brasil, por exemplo, a SBPC já manifestou seu apoio, assim como Universidades como a USP.

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