Publicado em: 11/10/2017 08:25 Atualizado em: 11/10/2017 14:28
Atos por moradia fecham vias no Recife. Foto: Reprodução/TV Clube |
Movimentos de luta por moradia em Pernambuco realizaram, nesta quarta-feira, uma série de atos na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com Rud Rafael, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Brasil, cerca de cinco mil pessoas, moradoras de ocupações de toda a Região Metropolitana do Recife participaram da manifestação, que marca a mobilização em Pernambuco pelo Dia Mundial do Habitat, comemorado em quatro de outubro. "Nossa reivindicação é contra a decisão do governo federal, que encaminhou um orçamento que não prevê para 2018 recursos para a faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, uma que beneficia pessoas com faixa salarial de zero a três salários mínimos, justamente as que mais precisam de moradia e onde está concentrado o deficit habitacional", detalha Rud. Segundo ele, atualmente cerca de cem mil famílias lutam por moradia no Grande Recife.
No início da manhã, duas manifestações foram realizadas no centro do Recife. Um protesto fechou a Avenida Cruz Cabugá nos dois sentidos, na altura do cruzamento com a Avenida Norte. Outra manifestação aconteceu no Cais de Santa Rita, no sentido centro. Alguns motoristas tentam atravessar o canteiro e retornar no sentido oposto da via. A Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU) enviou equipes aos locais. Os trechos foram liberados.
Protesto fechou a Avenida Cruz Cabugá nos dois sentidos, na altura do cruzamento com a Avenida Norte. Foto: Divulgação |
Por volta das 9h, teve início um ato na Avenida Agamenon Magalhães, sentido Boa Viagem, em frente ao Hospital Unicordis. Às 8h50, manifestantes se concetraram na BR- 101, no bairro do Curado, mas seguiram rapidamente para a Avenida Adbias de Carvalho, no Recife.
Grupos se concentram desde as 9h30 no Parque 13 de Maio, de onde irão realizar uma marcha pelo Recife. Foto: Divulgação |
Após as manifestações, os grupos se concentram, desde as 9h30, no Parque 13 de Maio. De lá eles irão realizar uma marcha pelo Recife até o Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio. O trajeto, que foi iniciado às 10h50, não teve o roteiro divulgado, mas seguiu pela ruas da União e da Aurora. Na altura da Rua do Sol e do Palácio do Campo das Princesas, policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com manifestantes, jogaram gás lacrimogêneom spray de pimenta e efetuaram disparos de balas de borracha em direção ao grupo.Uma idosa passou mal e desmaiou. Segundo a CTTU, todas as vias foram liberadas por volta das 13h.
Integrantes de movimentos de luta por moradia fecharam o Cais de Santa Rita. Foto: Tatiana Ferreira / Esp. DP |
PM - A Polícia Militar disse ter sido agredida pelos manifestantes e divulgou uma nota sobre sua atuação durante o ato. Confira o texto na íntegra:
A Polícia Militar de Pernambuco foi acionada, na manhã de hoje (11.10), para conter atos de vandalismo praticados por manifestantes que protestavam contra cortes do Governo Federal, no Programa Minha Casa Minha Vida, conforme pauta divulgada por esses movimentos à Imprensa.
Com agressividade, os manifestantes, ao chegarem ao Palácio do Campo das Princesas, tentaram derrubar o gradil que faz a segurança do patrimônio público e atacaram os policiais que faziam a contenção.
Antes do incidente, o chefe da Casa Militar, coronel Eduardo Pereira, se dirigiu aos manifestantes e pediu, como de praxe, que fosse formada uma comissão a ser recebida por representantes do Governo. O movimento, surpreendentemente, negou-se ao diálogo e partiu para o ataque. Policiais militares foram recebidos com pedras e atingidos na cabeça até com tijolos.
O Governo do Estado presta solidariedade aos policiais militares atingidos. E registra que, por meio da Casa Civil e da Secretaria de Habitação, o Governo tem dialogado permanentemente com todos os movimentos sociais. Ontem mesmo, integrantes desses movimentos estiveram com o próprio secretário de Habitação do Estado, Kaio Maniçoba, e com a Casa Civil.
O atual Governo é pautado pelo diálogo com a sociedade civil e recebe comissões sempre que procurado. Mas não serão tolerados atos de vandalismos como os registrados hoje. É dever do Estado manter a ordem pública. Disso, jamais abriremos mão.