Acontece nesta sexta-feira (23) o julgamento dos três acusados de matar duas pessoas em Garanhuns, no Agreste, e fazer salgados com a carne humana para vender na cidade e em Caruaru, tamém município do Agreste. Conhecido como os Canibais de Garanhuns, Jorge Beltrão, Isabel da Silveira e Bruna Oliveira respondem por dois homicídios qualificados, destruição e ocultação dos cadáveres de duas mulheres na cidade de Garanhuns. O júri popular será realizado no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, no Recife.
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Canibais de Garanhuns vão a júri popular no Fórum do Recife
Em novembro de 2014, eles já foram condenados pela morte de uma outra pessoa em Olinda
De acordo com o promotor de Justiça André Rabelo, que vai atuar no caso, um dos focos da atuação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) será descartar qualquer alegação de que os réus possuem algum tipo de transtorno de ordem mental ou psíquica passível de ser utilizado como argumento para afastar, total ou parcialmente, a punibilidade dos acusados. De acordo com André Rabelo, os três tinham plena consciência dos seus atos e devem responder por eles perante o Tribunal do Júri. "Sem sombra de dúvida, está confirmada a autoria dos três nos crimes. Havia uma determinação na seita criada pelo Jorge, que cada um teria uma ação. Há uma participação diferenciada de cada um dos réus", disse o promotor André Rabelo, ressaltando que nenhum dos acusados têm doença mental. "Eles tem um transtorno de personalidade, agora daí serem considerados insanos e doentes mentais é uma distância grande. Eles são extremamente frios. Aqui não tem ninguém louco", completou.
Desaforamento - O pedido de transferência do julgamento da Comarca de Garanhuns foi protocolado pela defesa de Isabel em 30 de janeiro de 2018, com o objetivo de resguardar a segurança da ré e evitar a realização de um julgamento cujo Conselho de Sentença pudesse ser considerado parcial ou tendencioso, em razão da comoção social que o crime causou em Garanhuns. No mês de março, o MPPE se posicionou favoravelmente ao desaforamento do júri, que foi marcado para a Comarca do Recife.
Em novembro de 2014, após mais de vinte horas de julgamento, Jorge Beltrão, Isabel Pires e Bruna Silva foram condenados pela morte, esquartejamento, ocultação de cadáver e prática de canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, de 17 anos. A filha da vítima, que estava em poder do trio, na época com dois anos, também teria comido a carne humana. O crime aconteceu em 2008, em Olinda, e os envolvidos alegaram participar de uma seita denominada "Cartel". Para eles, a morte brutal da vítima era uma forma de purificação.
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