Monitoramento

Ministro do Meio Ambiente vistoria praias afetadas por óleo em Pernambuco

Publicado em: 22/10/2019 08:57 | Atualizado em: 22/10/2019 10:49

Foto: Reprodução/Twitter. (Foto: Reprodução/Twitter.)
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou ao Recife na manhã desta terça-feira (22) para realizar vistorias nas praias pernambucanas que foram atingidas por manchas de óleo. O trabalho começou por volta das 7h, junto com os militares do Exército, Marinha, equipes do IBAMA e da Defesa Civil.

A comitiva caminhou pela praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho, ao lado dos voluntários que continuam recolhendo o óleo da praia. Esta é a primeira vez que o ministro faz vistoria nas praias atingidas desde a última sexta-feira (18), quando as manchas voltaram a aparecer nas praias do pernambucanas.

Durante a inspeção, o ministro elogiou o trabalho dos voluntários, que mesmo sem equipamentos de proteção estão garantindo a limpeza das praias. "Estamos com uma série de voluntários que fizeram um grande trabalho de recolhimento. Todos juntos, trabalhando em cooperação. Portanto, nosso agradecimento não só às tropas federais, como ao Ibama, Exército, Prefeitura, Defesa Civil e aos voluntários que estão aqui fazendo um grande trabalho. Seguimos limpando as praias com eficiência", comentou Sales.

SAIBA MAIS


Foto: Reprodução/Twitter. (Foto: Reprodução/Twitter.)
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Críticas
Para o governo de Pernambuco, o derramamento de óleo no litoral do Nordeste está sendo tratado de forma improvisada pelo governo federal. O governador Paulo Câmara cobrou a criação de um plano de contingência para minimizar os danos com base em planejamento.

“É preciso uma força tarefa federal para que todos os equipamentos sejam colocados à disposição. É o maior acidente ambiental da história do Brasil. É preciso esforço redobrado, cada vez mais profissional e determinado. Não se sabe o dia de amanhã e o dano ao meio ambiente, ao futuro do turismo no Nordeste e à saúde das pessoas. O Consórcio Nordeste está trabalhando, os governadores estão fazendo o seu trabalho, mas não é fácil por conta da falta de informações. Diante da decisão da Justiça, esperamos que providências ocorram. Não pode ser tratado, depois de 50 dias, da forma improvisada como a gente está vendo”, disse Câmara.

Questionado sobre o posicionamento do governador, Salles afirmou que não deve "politizar" o debate. "Esse não é o momento de polemizar, nem politizar, mas de unir esforços e é isso que estamos fazendo. O governo tem feito tudo estruturado, todas as equipes têm feito um trabalho dedicado e intenso desde o começo. Nós não estamos perdendo tempo com discussões que não são efetivamente para concluir o problema Estamos aqui em um esforço institucional. Esse é o momento de trabalhar. Recolher, dar um destino e aprofundar as causas desse acidente", comentou.

Contenção
A Justiça Federal determinou no último domingo (20) que a União e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) implementem uma série de medidas para conter o avanço das manchas do óleo no litoral pernambucano em 24 horas. A liminar foi concedida pelo juiz substituto Augusto Cesar de Carvalho Leal em resposta a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A liminar determina multa diária no valor de R$ 50 mil, caso haja descumprimento, e obriga o governo federal a implementar o monitoramento contínuo das áreas sob risco.

Na decisão, o magistrado diz que a União deve implementar barreiras de proteção nos ambientes mais sensíveis da costa, a exemplo dos manguezais, áreas de estuários, recife de corais e bancos de fanerógamas. Ao mesmo tempo, o governo federal deve fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs), inclusive para voluntários, e recipientes adequados para armazenamento do óleo recolhido.
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