O avanço da pandemia do novo coronavírus está deixando os agentes de segurança pública de Pernambuco apreensivos. Entidades que representam o segmento, como a Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) e a Associação de Praças dos Policiais e Bombeiros (Aspra) recorreram à Justiça para garantir a saúde dos profissionais, como a disponibilização de equipamentos de proteção individual (EPIs). Mas a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirma que já estava tomando os devidos cuidados com as equipes.
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Por coronavírus, policiais cobram EPIs do governo de Pernambuco
Em conversa reservada, alguns policiais Civis e Militares, sob anonimato, reclamaram da falta de uma determinação direta ao segmento. Ainda que exista o decreto estadual, proibindo aglomerações, os PMs ouvidos pela reportagem temem a aglomeração nos batalhões. No âmbito da Civil, foram encaminhadas às delegacias álcool em gel e máscaras de proteção, mas os agentes também estão receosos, especialmente os que trabalham diretamente com atendimento à população.
O Sinpol obteve uma liminar nesta sexta-feira (20). Na decisão, assinada pelo juiz Augusto Napoleão Sampaio Angelim da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, dá um prazo de 72 horas para que o estado “forneça álcool em gel, ou produto similar, e equipamentos de proteção individual (máscaras e luvas) a todos os servidores da Polícia Civil” e que “dispense, imediatamente, os servidores maiores de 60 anos, diabéticos, lactantes, gestantes e outros que estejam que estejam incluídos no grupo de risco, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00”. O presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, comemora a decisão: “Espero, sinceramente, que o governo se sensibilize e cumpra a decisão judicial” - Atualização: a liminar foi derrubada no sábado (21), pelo presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Fernando Cerqueira.
Atitude semelhante foi tomada por outras entidades. “Ingressamos com uma ação e estamos aguardando a decisão do desembargador”, diz o presidente da Adeppe, Bruno Bezerra. Já o presidente da Aspra (dos PMs e Bombeiros) comenta que o setor jurídico da instituição elabora a petição: “Todos os setores da sociedade demandam a presença da Polícia Militar e dos Bombeiros. Imagina se acontece uma contaminação dentro de um batalhão? Só queremos que o governo olhe para isso”.
O deputado estadual Joel da Harpa (PP) também entrou na história, encaminhando ofícios às corporações e ao executivo estadual. “Tenho recomendado que a parte administrativa da PM seja suspensa. A disponibilização de máscaras, luvas e álcool em gel para o PM que está na rua. E também cancelar as blitze, não tem para que fazer isso num momento como esse. O governo do estado está fazendo um bom trabalho, mas é preciso que haja uma sinalização urgente para os profissionais de segurança”, pontua.
“A gente não sabe o que vai acontecer daqui para a frente. A realidade da Europa, China, é outra. A questão social mais adiante será muito forte. Pode ter situações como a ocorrida em 2014, na greve da PM, em que a população saqueou lojas. Esse atendimento social também tem que ser observado”, relembra.
“Fizemos a aquisição de EPIs e materiais de higienização. Estamos dando orientações de como os policiais devem se comportar nesse período. Orientamos que todo o trabalho administrativo seja feito em home office. Nos batalhões, há um bom tempo só fica com o efetivo em atividade. Não existe mais a orientação de se alimentar ou pernoitar por lá. E nos Bombeiros, todas as pessoas do grupo de risco estão sendo poupados”, prossegue. Se acontecer de algum profissional se contaminar com o novo coronavírus, quem está de home office será convocado para repor a baixa.
Neste momento, a prioridade policial fica para os flagrantes. “Tivemos uma redução no número de investigações e casos em andamento, porque a prioridade são os flagrantes, para que nosso efetivo gaste energia nos inquéritos mais relevantes e necessários de serem concluídos”, pondera. Por fim, foram suspensas atividades educacionais e de instrução, justamente para evitar aglomeração de pessoas.
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