Vida Urbana

Máscaras, luvas e lenços não devem ser descartados em lixo reciclável para evitar contaminação de catadores

A população não deve descartar no lixo de itens recicláveis máscaras de proteção, luvas de látex (ou de qualquer outro tipo), lenços de papel, lenços umedecidos, papel higiênico ou similares. Estes itens, além de não serem recicláveis, podem colocar em risco a saúde dos catadores brasileiros, especialmente neste período da pandemia da Covid-19, e ajudar a disseminar o surto. As recomendações foram divulgadas pela Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e a Prolata, maior programa brasileiro de reciclagem de latas de aço de alimentos e tintas. 

O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, confirma a informação. “A recomendação é de que as pessoas coloquem esse tipo de resíduo num saquinho à parte para que não haja contaminação dos catadores. Máscaras, luvas e lenços podem ser colocados em lixo comum, desde que sejam separados do restante resíduo domiciliar”, explicou Correia. 

O secretário estadual de Saúde, André Longo, reforçou que, no caso das unidades de saúde, todos os hospitais estaduais são obrigados a ter contrato com empresas de recolhimento de lixo hospitalar para que haja o manejo correto. “A remoção deve ser feita sem tocar nas máscaras, porque as máscaras e luvas, se não usadas corretamente, podem ser instrumento de transmissão. Muitas pessoas tocam na máscara e depois tocam na mão ou no rosto”, orientou Longo. 

A engenheira de alimentos Thais Fagury, presidente da Abeaço, esclarece que esses itens nunca foram recicláveis. “O que ocorre hoje é que luvas hospitalares e máscaras, que sempre tiveram descarte correto e seguro em ambientes hospitalares, passaram a ser utilizadas no dia a dia das pessoas. Elas pensam que esses itens são recicláveis, mas não são. Lenços umedecidos, lenços de papel, papel higiênico e papel toalha também não são recicláveis e a orientação sempre foi para que o descarte seja feito no lixo orgânico, com a correta destinação, de acordo com as regras de saúde”.

A presidente da Abeaço explica que se esses itens forem misturados aos recicláveis terão que ser descartados manualmente pelos catadores, sujeitando-os à contaminação não apenas pela Covid-19, mas por outros micro-organismos.

Aumento da coleta de lixo domiciliar

A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) registrou um aumento de 5% no volume de lixo domiciliar no período, o que implica em 7,5 toneladas a mais de lixo diário. A coleta está funcionando normalmente e não houve necessidade de aumento de efetivo. Atualmente, cerca de três mil pessoas estão envolvidas no trabalho de coleta e limpeza do Recife, dos quais 2.281 são garis. De acordo com a Emlurb, a média de lixo domiciliar recolhido, na rotina normal da cidade, é de 1,5 mil toneladas por dia, com uma média de 45 mil toneladas por mês.

“O órgão esclarece ainda que as atividades da Emlurb relacionadas à limpeza continuarão a ser executadas por se tratar de serviços essenciais que auxiliam na manutenção da saúde pública. Os garis da coleta e varrição já utilizam EPIs e a Emlurb também está capacitando e orientando os seus funcionários e as empresas terceirizadas prestadoras dos serviços de limpeza para que mantenham a distância mínima entre si, além de manter o rigor na higiene pessoal, com o fornecimento de água e sabão para os veículos da coleta, para evitar que o novo coronavírus se propague”, informou o órgão em nota. 
 
A respeito das embalagens de alimentos e de outros produtos oriundos de entregas em domicílio, a Emlurb informa que o material pode ser descartado para a coleta seletiva, que segue em execução, com as cooperativas e catadores orientados sobre os cuidados necessários para manusear os descartáveis e se protegerem quanto ao vírus.

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