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Projeto Coque (R)Existe revela história de resiliência na comunidade

Publicado em: 23/12/2020 14:00 | Atualizado em: 23/12/2020 19:17

O Coque (R)Existe incentiva a arte surgida da periferia, realizando projetos que propagam a cultura periférica do Coque e outras comunidades parceiras. (Foto: Coque (R)Existe/ Divulgação )
O Coque (R)Existe incentiva a arte surgida da periferia, realizando projetos que propagam a cultura periférica do Coque e outras comunidades parceiras. (Foto: Coque (R)Existe/ Divulgação )
Com 40 mil habitantes distribuídos em 133 hectares, a comunidade do Coque, localizada em uma Zona Especial de Interesse Social, na Ilha de Joana Bezerra, tem uma história marcada pela resiliência de seu povo. Na localidade, que tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano da cidade, com 57% dos moradores vivendo com renda mensal entre R$ 130 e R$ 260, a Organização Não Governamental (ONG) Coque (R)Existe surgiu em 2013, a partir de uma ordem de despejo enviada para algumas famílias locais que se negavam a sair de suas moradias. A ONG, que iniciou sua atuação realizando eventos e protestos para combater a especulação imobiliária, é hoje um pilar de trabalho social na região.

“No comec%u0327o so%u0301 havia mangue, hoje os olhos de vidro saem da lama pra fazer imagens. Quais jogos de luz e sombra os homens-caranguejo podem dar a ver?”. Essa frase marcante está presente na apresentação do Coque (R)Existe nas redes sociais. Com o nome composto pelas existência e eesistência, a organização trabalha como ferramenta de educação, luta, cultura e lazer para a população de um lugar marcado pela ausência de políticas públicas adequadas para o avanço e proteção local.

Diante de um contexto ainda mais crítico devido à pandemia da Covid-19, o Coque (R)Existe promove uma série de atividades para colaborar com o desenvolvimento da comunidade. A ONG, junto com o Coquevi%u0301deo, ofereceu 20 bolsas de R$ 700 para projetos de filmes e de ensaios fotogra%u0301ficos feitos por pessoas perife%u0301ricas de Pernambuco. A ação, promovida em junho , realizou formac%u0327a%u0303o e experimentac%u0327a%u0303o audiovisual na comunidade com o Instituto Moreira Salles, atrave%u0301s do Programa IMS Quarentena. 

Mekson Dias, 19, é um jovem voluntário e conta que o projeto trouxe oportunidades de aprendizado de vida e abertura de chances empregatícias, transformando sua realidade de vida. Ele relata também que as ações no Coque são em parceria com o Núcleo Educacional Irmãos Menores de Francisco de Assis (Neimfa), uma instituição que nasceu e reside na comunidade há mais de 34 anos. “Recentemente concluímos oficinas de audiovisual para jovens do Coque e de outras comunidades. O Coquevídeo é uma das realizações que o Coque (R)Existe vem fazendo para pulsar a vida que existe aqui dentro”, concluiu.

ORIGEM DO NOME 
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o nome da comunidade surgiu porque os primeiros habitantes do bairro sobreviviam da extração do carvão mineral que era conhecido como coque, facilmente encontrado na região. O alto crescimento demográfico rapidamente fez com que o povoado fosse elevado à categoria de bairro, cujo nome oficial é Ilha de Joana Bezerra, mas é popularmente conhecido como Comunidade do Coque. 

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