O plano para a ocupação do prédio passa por um novo processo de elaboração, já que o antigo projeto de 2017, da gestão do reitor Anísio Brasileiro, que definia as reformas, áreas e os parâmetros necessários para o uso do edifício, foi reavaliado pela nova gestão da instituição. Em busca de parcerias, o investimento para a reestruturação do imóvel está em mais de R$ 50 milhões. A previsão é que no início do próximo ano os três primeiros andares sejam ocupados por setores da Universidade.
O reitor da UFPE, Alfredo Gomes, concedeu entrevista exclusiva ao Diario sobre os estudos que estão sendo realizados para implantar no Prédio da Sudene, no bairro do Engenho do Meio, próximo ao Hospital das Clínicas (HC), uma estrutura hoteleira, um parque tecnológico e criativo para sediar startups, e também falou sobre a ampliação do polo médico da Universidade, e sobre a centralização de setores administrativos da instituição no local.
O prédio, considerado expoente da arquitetura moderna, foi inaugurado no dia 28 de janeiro de 1974 e foi edificado em um terreno com 68.050,00 m², possuindo uma área construída de 72.704,81 m², distribuída em diversos blocos, sendo um prédio principal, com 13 andares, e quatro anexos que incluem biblioteca, restaurante, conselho deliberativo e serviço médico. A Sudene foi criada no dia 15 de dezembro de 1959, pelo então presidente Juscelino Kubitscheck (1956-1961), com o objetivo de promover o coordenar o desenvolvimento da região.
Confira a entrevista>
Em 2017, a UFPE assinou um documento que promove a cessão provisória do Prédio da Sudene para a Universidade. Como está a situação atual da incorporação do imóvel ao patrimônio da instituição?
Nós assinamos um contrato de doação em março deste ano. O prédio da Sudene foi doado a Universidade Federal de Pernambuco, onde foi assinado numa tratativa muito bem estabelecida, com a Superintendência de Patrimônio da União, em entendimento, obviamente, com o Governo Federal. Agora estamos tratando do Projeto de Ocupação do Prédio. Então, estamos fazendo, de forma mais detalhada, estudos de viabilidade em torno do que nós temos para implementar no edifício. Esta é a fase no momento.
A Sudene foi criada com objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. O que representa essa incorporação?
Como funciona esse projeto de ocupação do edifício?
A Reitoria da UFPE migrará para o Prédio da Sudene?
Como andam as negociações e de quanto será o investimento?
Em fevereiro de 2019, foi apresentado um plano de ocupação do prédio a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, que tinha uma previsão de ser cumprido em até três anos. Por que mudou?
Esse planejamento foi da gestão anterior, nós revemos completamente, tendo em vista o processo de doação definitiva. Atualmente temos instalado o sistema de segurança, o setor de transporte ocupando toda a parte de baixo, para que a gente tenha um posicionamento. A ideia é que Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade-UFPE) possa ocupar, além de outras pró-reitorias e também a iniciativa de articulação com a economia criativa de maneira geral. Com o planejamento que estamos desenhando, a previsão é que no início do próximo ano estarmos com três andares do Prédio da Sudene em funcionamento. A proposta é fazer a ocupação de baixo para cima, para dar volume no edifício de forma paulatina. A estrutura do prédio está excelente. Foi feita uma avaliação do imóvel por técnicos da UFPE, e da Superintendência do Patrimônio da União em Pernambuco (SPU) e pelo pessoal de Brasília. O laudo indica toda viabilidade da ocupação do prédio. O trabalho agora é colocar esse projeto para sair do papel.
Quais outras iniciativas estão sendo feitas na UFPE?
Estamos fazendo um esforço mais amplo, dentro dessa iniciativa da Sudene, de requalificar e colocar à disposição da sociedade pernambucana, também o Teatro da UFPE. Então, a iniciativa, obviamente de reabertura do Prédio da Sudene e sua ocupação está em sintonia com o projeto de requalificar o teatro da universidade e o Centro de Convenções. Nesse sentido, conseguimos com articulação com a Bancada Parlamentar de Pernambuco uma emenda na ordem de aproximadamente R$ 10 milhões e devemos, portanto, iniciar o trabalho de licitação agora que já foi sancionado o orçamento, para que sejam iniciadas as obras de requalificação do teatro. Quando nós estamos pensando na questão do prédio da Sudene, estamos pensando em todo o entorno da UFPE. Como é que a Universidade pode ressignificar esses espaços gerando oportunidade e renda, e trazendo a pauta de serviços na área de cultura, de ciência, tecnologia e inovação, para que a gente possa ser assim um hub, um espaço dessa pauta, dentro do estado de Pernambuco, e também na região Nordeste.
Obrigado.