CASO MARIA APARECIDA

Assassinato de promotora de Justiça encontrada no Lixão de Igarassu completa 21 anos; caso segue sem julgamento

Publicado em: 07/04/2022 09:00 | Atualizado em: 07/04/2022 09:53

O processo - sob segredo de justiça -, agora conta com a atuação da 17ª promotora de Justiça criminal da Capital, e se encontra na fase que antecede o pronunciamento para levar o caso a Júri. (MPPE/Reprodução)
O processo - sob segredo de justiça -, agora conta com a atuação da 17ª promotora de Justiça criminal da Capital, e se encontra na fase que antecede o pronunciamento para levar o caso a Júri. (MPPE/Reprodução)
O crime que vitimou a promotora de Justiça Maria Aparecida da Silva Clemente, completa 21 anos, nesta quinta-feira (7). A magistrada tinha 46 anos de idade quando foi assassinada, 19 anos de carreira ministerial e três filhos jovens. O corpo da promotora de Justiça foi encontrado no dia seguinte, no Lixão de Igarassu, na Região Metropolitana, com dois tiros na região da cabeça. Sua última saída de casa tinha sido na manhã do sábado do dia 7 de abril de 2001, para fazer compras em um supermercado no Bairro da Torre, no Recife. De acordo com Ministério Público do Pernambuco (MPPE), o processo tramita sob segredo de justiça. Com o inquérito de oito volumes e quase duas mil páginas, a Polícia Civil, em atuação conjunta com o MPPE, concluiu que a motivação era financeira, e o mandante do crime teria sido o próprio marido da vítima. Agora, tanto a defesa quanto a acusação, podem solicitar esclarecimentos das provas, novas investigações e analises. É a fase que antecede o pronunciamento para levar o caso a Júri. Para este caso, atuam em conjunto o promotor criminal de Igarassu, José da Costa Soares e a 17ª promotora de Justiça criminal da Capital, Ana Clézia Ferreira Nunes.

O crime brutal contra uma autoridade chocou a todos, com grande repercussão na imprensa à época, sendo noticiado com exclusividade no Diario de Pernambuco. Com a apuração do caso, as teses de sequestro, latrocínio e homicídio em decorrência da atuação funcional foram pouco a pouco descartadas durante as investigações.

Na época, o MPPE e a Secretaria de Defesa Social (SDS) apontaram que o empresário José Aderval Clemente teria mandado matar a esposa, a procuradora Maria Aparecida Clemente. Esta foi a conclusão do inquérito apresentado, também tardiamente, mais de oito anos depois do crime que chocou a família e amigos da procuradora, encontrada morta no lixão de Igarassu.

A denúncia do MPPE foi ajuizada em 19 de junho de 2009, na Vara da Comarca de Igarassu, município onde o corpo foi encontrado.

A Promotora...
Maria Aparecida da Silva, natural de Água Preta, tinha 27 anos de idade quando iniciou o exercício como promotora de Justiça da Comarca de Flores, em 17 de maio de 1982. No mesmo ano, alterava a ficha funcional, por meio de despacho do procurador-geral de Justiça, Portaria nº 335 de 7 de julho de 1982, acrescentando o sobrenome de casada Clemente.

Ela atuou também nas Comarcas de Limoeiro, Toritama, Caruaru, Jaboatão dos Guararapes até chegar à Capital. Era a 26ª promotora de Justiça Cível do Recife, com atuação na Vara da Fazenda Pública, de postura calma, voz agradável e marcante, como os colegas a descreveram.

Homenagem
Em 2010, com a função precípua o apoio ao combate à discriminação e à violência contra a mulher, o MPPE criava o Núcleo de Apoio à Mulher Promotora de Justiça Maria Aparecida da Silva Clemente, conforme o parágrafo único do art.1° da Portaria POR-PGJ Nº 321/2010, o denominando com o nome da promotora de Justiça assassinada. Também recebe o nome da promotora o prédio da Promotoria de Justiça de Igarassu.

Confira a entrevista da coletiva feita pelo MPPE e a Polícia Civil, em vídeo disponível no YouTube do Diario Pernambuco:
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