TRAGÉDIA EM OLINDA

Sobreviventes do desabamento em Jardim Atlântico relatam momentos de pavor

Publicado em: 28/04/2023 21:33 | Atualizado em: 28/04/2023 21:59

 (Foto: Sandy James/DP)
Foto: Sandy James/DP
Dos 16 apartamentos do edifício Leme, localizado em Jardim Atlântico, oito desabaram na última quinta-feira (27) após um incêndio que se iniciou por volta das 22h. No entanto, alguns moradores conseguiram escapar antes que a tragédia ficasse maior. É o caso de Camila da Silva, 32, e Marcelo da Silva, 57, eles têm uma filha de cinco anos, Dayara Ruanna Silva. 

Camila da Silva relatou o momento em que se deu conta. “Minha filha já estava dormindo. Aí de repente eu ouvi uma explosão, um estalo. Eu só pensei em tirar a grade do ar-condicionado para poder sair. Deus me deu muita força para tirar aquela grade. Muita força, muita força”, explicou. 

O casal voltou ao local do acidente na noite desta sexta-feira (28) porque queria resgatar alguns pertences. “Minha documentação está lá, cartão de banco, celular pra fazer um Pix, a gente não tem. Tá tudo ali dentro. A carrocinha dela, a minha moto, a minha moto tá aqui embaixo desses escombros… eu dependo dessa moto pra trabalhar”, falou Marcelo da Silva que trabalha como motoboy.

Em 2000 o prédio foi interditado, no entanto, o prédio foi invadido e alugado para moradia. Marcelo disse que não sabia da gravidade da situação quando se mudou para o local três anos antes. “A gente sabia que tinha problema, mas não sabia desde quando era, quando tinha sido construído, há quanto tempo estava assim, porque a porta, não tinha problema nenhum de emperrar, o chão também estava normal, e quando tem algum deslocamento os primeiros problemas são na porta ou na janela… Também não tinha rachadura nas parede por dentro, não tinha infiltração, não tinha nada”, afirmou. E completou dizendo: “O que eu ouvi dizer foi que a Defesa Civil já tinha vindo aqui e que estava tudo certo, que não tinha problema nenhum.” 

A Prefeitura de Olinda informou por meio de nota “que há uma ação judicial promovida pelo Ministério Público de Pernambuco, baseada em informações fornecidas pelo Município em 2001, dando conhecimento da precariedade do Edifício Leme. Desde 2009 transcorre uma liminar que obriga a Caixa Seguradora a guardar e conservar a edificação, bem como custear os valores mensais que permitam a moradia aos proprietários dos apartamentos que tiveram que deixar suas residências.”

Dani Portela, deputada estadual, visitou o local a falou que esse primeiro momento é de solidariedade. “Eu cresci aqui, minha mãe ainda mora nessa rua. Então é um bairro da minha infância, da minha juventude, mas para além disso, o primeiro sentimento não é procurar responsabilidade, mas salvar vidas… Eu vim representando a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) como presidente da Comissão de Direitos Humanos, acho que nesse primeiro momento é a gente pensar o que fazer”, expressou.

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