LUTA

29º Grito dos Excluídos pergunta ''Você tem fome e sede de quê?''

Expectativa da organização é de reunir muito mais pessoas para refletir sobre a necessidade de garantir direitos da Constituição

Publicado em: 06/09/2023 15:11 | Atualizado em: 06/09/2023 18:16

''Grito'' do ano passado reforçou necessidade de resistência e cobrava fé comprometida com maioria da sociedade (Sandy James (Set2022)
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''Grito'' do ano passado reforçou necessidade de resistência e cobrava fé comprometida com maioria da sociedade (Sandy James (Set2022) )
"Você tem fome e sede de quê?" A pergunta é o lema do 29º Grito dos Excluídos e Excluídas, que tem como tema permanente “Vida em Primeiro Lugar”, e é realizado em Pernambuco e outros estados e territórios do Brasil nesse feriado do Dia da Independência do Brasil, o Sete de Setembro. Uma provocação à reflexão, envolvimento e ação da sociedade em função da maioria da sociedade, composta por pessoas e famílias desassistidas em muitos direitos, inclusive previstos como garantias na Constituição brasileira. No Recife, uma concentração está programada para começar às 9h, no Parque Treze de Maio, de onde participantes seguirão em caminhada para o Pátio do Carmo, na Região Centro, onde participarão de uma ciranda popular aproximadamente às 12h30. Tudo com direito a transmissão ao vivo (clique/toque aqui para ver), além de acesso pelos perfis oficiais Grito d@s Excluíd@s Recife no FacebookInstagram e pela TV MTC Recife.

“Nossa expectativa é que o Grito esse ano tenha mais gente do que no ano passado e seja bem animado, seja um grito de esperança. Nós estamos com o novo governo, a maioria de nós que participa do Grito, a gente lutou para colocar um governo diferente, tirando o governo do Bolsonaro”, diz Sandra Gomes de Araújo, professora da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco e psicóloga. Também integrante das comunidades eclesiais de base e do Movimentos dos Trabalhadores Cristãos (MTC), que organiza o Grito dos Excluídos do Recife, ela reforça o desejo de que a edição deste ano “seja de luta, de cada um de nós levando e reafirmando as bandeiras de luta, a bandeira da educação, a bandeira da saúde, a bandeira dos sem terra, dos sem teto, enfim, levando a bandeira das pessoas que realmente precisam ter suas demandas atendidas”.

História e presente de luta
Iniciado em 1995, o Grito dos Excluídos ocorre no Sete de Setembro, reunindo integrantes que se consideram ou militam pelas parcelas da população histórica e socialmente excluídas. “Em Pernambuco a gente realmente começou com o primeiro grito. Em 1995, nós refletimos sobre o tema e a gente saiu lá do Parque Treze de Maio. Éramos poucas pessoas, eu acho que 50 pessoas”, lembra Sandra Gomes. “A gente estava num governo muito tumultuado (de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB), com muito desemprego, muita fome”, recorda. Ainda segundo ela, em 1994 ocorreu uma reflexão nacional originada da Conferência Nacional dos Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com várias pastorais sociais, em um encontro que acontece até hoje, a Semana Social Brasileira, quando se pensou em fazer um evento em nível nacional para chamar a atenção da sociedade e dos governantes para as demandas da sociedade que estavam grandes e não estavam sendo atendidas.

Professora e psicóloga, Sandra Gomes representa comunidades eclesiais de base e prega luta por avanços para maioria desassistida da sociedade (Acervo pessoal/Divulgação)
Professora e psicóloga, Sandra Gomes representa comunidades eclesiais de base e prega luta por avanços para maioria desassistida da sociedade (Acervo pessoal/Divulgação)
“Eu acho que uma consciência melhor foi se formando desde 1995, sobretudo com a questão da Constituição de (19)88, porque ela ressalta muito a participação da sociedade”, avalia Sandra Gomes. Para ela, o Grito, como os outros movimentos, perceberam que precisavam instigar, incentivar mais ainda a população, e houve uma crescente em relação à participação da sociedade, em perceber que é preciso ter a parceria, ter os conselhos da criança e do adolescente, da saúde, etc., que se juntam com o governo para fazer uma sociedade melhor.

“Da nossa percepção, há, sim, um avanço em termos de participação social na sociedade”, avalia Sandra Gomes. Mas acrescenta: “Claro que a gente ainda tem muito o que caminhar, a gente sabe disso. Inclusive, o Grito dos Excluídos, que é um fórum e uma resistência, sabe disso. Nosso sistema é sempre voltado em relação a gente provocar para que a sociedade pense o que é necessário, qual a sua contribuição como uma sociedade civil, a gente pode dar como cidadão, como cidadã, o que a gente pode fazer para melhorar as políticas públicas e demandas da sociedade.. 

*Com informações da Assessoria de Imprensa do MTC.

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