CRIME EM JABOATÃO

Juiz assassinado: corpo tinha uma perfuração na nuca e nada foi roubado, diz polícia

O juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, foi morto em Candeias. Polícia não descarta linha de investigação

Publicado em: 20/10/2023 12:45 | Atualizado em: 20/10/2023 15:40

O juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, foi morto em Candeias. Polícia não descarta linha de investigação (Reprodução/Arquivo Pessoal)
O juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, foi morto em Candeias. Polícia não descarta linha de investigação (Reprodução/Arquivo Pessoal)
 
O corpo do juiz de direito Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, apresentava uma perfuração à bala na região da nuca, os bens dele não foram subtraídos e a polícia não descarta nenhuma linha de investigação sobre o caso. 
 
Esse foram os principais pontos apresentados nesta sexta-feira (20) pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), na primeira coletiva de imprensa sobre a investigação do assassinato do magistrado, ocorrido em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, nessa quinta (19).
 
Segundo a corporação, todas as hipóteses serão apuradas e as coletas de perícias, além de imagens de câmeras nos arredores do local do crime, já estão sendo trabalhadas. 

O corpo da vítima tinha uma perfuração na cabeça, na parte do retroauricular esquerdo. Nenhuma marca de disparo foi encontrada no veículo do magistrado, modelo WR-V, da marca Honda.
 
No carro, a polícia achou o celular do juiz, uma toalha e uma garrafa de água.

A delegada Euricélia Nogueira, da Força-Tarefa de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), informou que o crime, na Rua Maria Digna Gameira, no bairro de Candeias, aconteceu a 300 metros da casa da vítima.

“Fomos acionados para checar uma ocorrência de um carro que bateu em um muro e que o condutor foi encontrado dentro do veículo. Foi observado um disparo na cabeça. Iniciamos com as imagens de câmera do local para entender a dinâmica do que aconteceu”, afirmou.
 
A polícia já está com algumas gravações de câmeras de videomonitoramento de estabelecimentos e residências do entorno para analisar. 
 
“No local, verificamos o modelo do carro dos criminosos, mas não vamos divulgar para não atrapalhar as investigações, mas a informação que nos passaram é que os suspeitos não estavam encapuzados, e sim usando máscaras cirúrgicas, mas são as imagens que vão identificar se houve ou não esse desembarque”, explicou a delegada. 
 
Familiares contaram aos policiais que o juiz costumava caminhar diariamente e dirigia com as janelas do carro abertas.
  
“Segundo os familiares, ele tinha o costume diário de dar um passeio na Praia do Paiva (no Cabo de Santo Agostinho), saindo no período da noite. Além disso, costumava andar de carro com os vidros abertos”, acrescentou Euricélia Nogueira.
 
Nenhuma linha de investigação é descartada

De acordo com o delegado Roberto Ferreira, da 12º DPH de Jaboatão dos Guararapes, que será o responsável pelas investigações, a polícia não trabalha no momento com nenhuma linha principal de investigação. 
 
Polícia Civil apresentou os primeiros detalhes das investigações, em coletiva, na manhã desta sexta (20) (Rafael Vieira/DP)
Polícia Civil apresentou os primeiros detalhes das investigações, em coletiva, na manhã desta sexta (20) (Rafael Vieira/DP)

“Seria leviano da minha parte cravar neste momento uma linha principal de investigação. Nenhuma hipótese será descartada. Assim que recebemos a coleta de todos os dados de perícias, iremos iniciar as apurações, e assim, traçaremos uma linha de investigação”, afirmou o investigador. 

Na coletiva, foi questionado ao investigador se, na área onde o juiz residia e foi morto, havia atuação de facções criminosas.
 
“Não tenho essa informação sobre isso. Não foi levantado nada nesse sentido, pois observamos que é um lugar tranquilo, com pouco movimento de pessoas”, enfatizou o delegado, acrescentando que segundo familiares, não há informações de que o juiz estava sendo ameaçado. 
 
Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Paulão, como era conhecido, era muito querido por todos que fazem o Judiciário pernambucano e atuava como juiz há quase 34 anos. Ele era casado e deixou três filhos.

O tribunal decretou luto oficial de três dias e informou que prestará todo o apoio necessário para o rápido esclarecimento do crime e a responsabilização dos culpados. 
 
 



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