Vida Urbana

Se está quente nas ruas, imagine em um ônibus lotado

Diario de Pernambuco ouviu queixas de passageiros e motoristas. Lei que determina refrigeração em coletivos é descumprida

O Diario ouviu os usuários do Transporte Público que reclamam da ausência de coletivos refrigerados no Grande Recife

Os passageiros do Transporte Público sofrem Diariamente com as altas temperaturas e ausência de coletivos com refrigeração

Segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte, atualmente, 16,6% da frota possui ar-condicionado

A estudante Gláucia Alcântara reclama da ausência de coltivos com refrigeração

“A gente paga uma passagem cara e não vemos retorno nenhum em investimentos nos ônibus. O calor tá muito grande na rua, mas dentro dos coletivos é bem pior. O inferno é mesmo quando tá lotado. Eu saio do busão toda suada e ofegante. Estamos em 2023 e não há justificativas para andarmos em carros sem ar-condicionado. É um descaso e uma repleta falta de respeito com quem banca todo o sistema que somos nós, usuários”, reclamou a estudante, que utiliza diariamente a linha 1977 - TI Pelópidas Silveira (Conde da Boa Vista). 

Paloma e Thallyson sofrem diariamente com o calor nos coletivos

“Eu e meu filho passamos perrengue todos os dias por conta do calor que faz dentro do ônibus. Tento amenizar ao máximo levando uma garrafinha de água e algo pra nos abanar. Ele (Thallyson) reclama muito, mas eu não tenho o que fazer. Um descaso completo com a gente que paga todo dia oito e vinte, que já pesa no bolso e a gente é tratado como gado”, disparou a usuária do transporte coletivo. 

O Diario também ouviu o lado de quem trabalha no calor, dirigindo por mais de oito horas de jornada de trabalho e sofrendo com as altas temperaturas. Um rodoviários conversou com a reportagem e relatou a sua dificuldade diária ao volante. 

Sem querer se identificar, com receio de sofrer represálias, o condutor disse que é desumana a situação da categoria. “Não dirijo o carro BRT, que é bem mais tranquilo diante desse calorão que faz. Dirijo em condições precárias e nem o ventilador que tem aqui acima do volante está pegando. A situação piora quando o motor do carro esquenta, pois ele fica ao nosso lado, e acaba deixando a sensação térmica sufocante. Todo ano ouvimos que irão melhorar, que vão colocar os carros com ar. Mas a realidade é que nada é feito e fica por isso mesmo”, reclamou o rodoviário. 

O que diz o Consórcio

Procurado pelo Diario, a assessoria de imprensa do Grande Recife Consórcio de Transporte, por meio de nota, informou que “ Lei 16.787/2019 estabeleceu metas de aumento de frota com o ar-condicionado, sendo que “o impacto tarifário da renovação da frota (…) deverá ser previsto nas revisões tarifárias (…) como condição de eficácia das metas estabelecidas”, diz o trecho da nota. 

Ainda segundo o consórcio, “Estudos estão em elaboração, e tão logo finalizados, serão apresentados ao  CSTM (Conselho Superior de Transporte Metropolitano)com a devida previsão de impacto na revisão tarifária, tendo condições de promover a ampliação da frota com ar-condicionado”, ressaltou o órgão. 

O consórcio ainda ressaltou que “Nas últimas deliberações sobre tarifa, o CSTM - Conselho Superior de Transporte Metropolitano, não inclui custos para ampliação de frota com ar”, afirmou. 

A entidade afirma que, atualmente, 16,6% da frota do Sistema de Transporte possui ar-condicionado.

Também procurada pelo Diario, a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado (Urbana-PE), informou que quem responde por esta questão operacional é o órgão gestor, sendo o Grande Recife Consórcio de Transportes.  

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