Vida Urbana

Onda de feminicídios: estado registra quatro mortes de mulheres em quatro dias e só um suspeito é preso

Crimes aconteceram entre sexta (8) e esta segunda (11), em quatro cidades diferentes

Crimes aconteceram entre sexta (8) e esta segunda (11), em quatro cidades diferentes

Entre sexta (8) e esta segunda (11), Pernambuco registrou quatro feminicídios. Um caso de mulher morta por uma questão de gênero por dia.  Os crimes aconteceram no Grande Recife e no interior.  

O mais recente foi registrado na madrugada desta segunda (11).  Uma mulher de 24 anos foi assassinada a tiros em via pública, na Vila Cruzeiro, no município do Quipapá, na Zona da Mata Sul do Estado. 

Antes disso, também nesta segunda (11), a Polícia Civil confirmou um crime que aconteceu no Cabo de Santo Agostinho, também na RMR, na sexta (8). 

Já no sábado (9), uma mulher foi encontrada morta dentro de casa, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. 

No domingo (10), houve um crime desse tipo na praia de Ponta de Pedras, em Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado. 

Em todos os registros, houve a participação de ex-companheiros das vítimas. Em apenas um dos casos, aconteceu a prisão do suspeito. 

Quipapá

No caso de Quipapá, embora a polícia não confirme, a vítima foi identificada como Maria Quitéria Soares da Silva. 

Após ser atingida pelo tiros, ela ainda chegou a ser levada para uma unidade de saúde local, porém, não resistiu aos ferimentos  e morreu. 

Maria Quitéria foi assassinada a tiros em via pública, em Quipapá, na Zona da Mata Sul do Estado, nesta segunda (11)

Informações extraoficiais dão conta que o suspeito é pai do filho da vítima. Até a publicação desta matéria, não havia informações sobre a prisão do criminoso. 
Após perícia do Instituto de Criminalística (IC), o corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Palmares, também na Zona da Mata Sul do Estado. 

Cabo

Por meio de nota, a polícia disse que o crime que aconteceu no Cabo foi registrado  pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

Maria do Carmo foi morta a tiros, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, na sexta (8)

“Ela (Maria do Carmo) tinha se separado do suspeito há seis meses. Ela a ameaçou algumas vezes, mas ela não acreditou. As crianças estavam e presenciaram os tiros. Tudo isso aconteceu por não aceitar o fim do relacionamento. Estamos revoltados com a situação e pedimos Justiça. Ele continua ameaçando alguns parentes”, relatou uma parente da vítima, que não quis se identificar por medo de sofrer represálias do suspeito. 

Goiana
 
No caso de Goiana, a vítima foi uma mulher de 26 anos. O crime aconteceu em um estabelecimento comercial.

A vítima, identificada apenas como Laís, foi assassinada a tiros, em Goiana, na Mata Norte do Estado, no domingo (10)

Detido pela  11ª Delegacia Seccional de Goiana, o suspeito foi  encaminhado para a audiência de custódia. 
Os nomes da vítima e do suspeito não foram divulgados oficialmente pela polícia.

Candeias
 
Na madrugada de sábado (9), uma mulher de 27 anos foi achada morta dentro de casa. 

Informações repassadas pela Polícia Civil dão conta de que o marido da vítima deixou o local com o filho do casal, que tem 8 anos. 

A vítima, identificada preliminarmente como Dara Bezerra, foi morta a tiros, no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, no sábado (9)

Em nota, enviada ao Diario de Pernambuco, neste domingo (10), a polícia disse que trata o caso como “morte a esclarecer”. 

A Polícia Civil disse que a vítima tinha um relacionamento conturbado com o marido, um homem de 33 anos.

Ainda segundo a Polícia Civil, esse homem teria sido visto por vizinhos saindo da casa onde a mulher morreu, com o filho do casal.

O corpo de Dara foi levado para passar por perícias no Instituto de Medicina Legal, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife.
Um inquérito foi instaurado e as investigações seguirão até o total esclarecimento dos fatos. 

O fato está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), após ter sido registrado pela  Força Tarefa de Homicídios da Região Metropolitana Sul. 

Caminhada
 
Pernambuco já registrou mais de 45 mil casos de violência doméstica e familiar contra mulheres, em 2023. 
 
Os números também assinalam um salto médio de 30%, em comparação ao mesmo período do ano passado. 

Caminhada pediu o fim da violência doméstica, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife

O clamor era por paz e ações mais efetivas do poder público, coibindo a impunidade. 
 
O registro de denúncias ainda é considerado subnotificado, reunindo crimes como homicídios, latrocínios, feminicídios e lesões corporais seguidas de morte.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco