Galo da Madrugada 2024: duetos de Elba Ramalho com Michel Teló e de Geraldinho Lins com Marcello Falcão; veja lista de atrações

 

As seis alegorias, 30 trios elétricos e dezenas de artistas que irão compor o espetáculo de rua vão incorporar ao universo do frevo a obra de Rossi, que morreu em 2013.

 

Cada trio, por exemplo, virá “batizado” com o nome de uma música de sucesso do precursor da música brega.

 

A homenagem inclui, ainda, um boneco gigante do cantor, confeccionado pelo artista plástico Sílvio Botelho.

Também não vai faltar, claro, clássicos de Rossi em ritmos carnavalescos. 

 

O roteiro do desfile mantém o mesmo formato dos últimos 10 anos. Ele começa no Forte das Cinco Pontas. 

 

Lá, é realizado, tradicionalmente, o Café da Manhã do Galo, a partir das 7h.

 

Quando os fogos anunciam o início da festa, pontualmente, às 9h, o bloco seguirá pela Rua Imperial, Avenida Sul, Praça Sérgio Loreto, Avenida Dantas Barreto, Avenida Guararapes e finaliza na Rua do Sol. Ao todo, são 6,5 quilômetros de percurso.

“Antes do desfile, realizamos, junto com diversos órgãos que compõem o GT (Grupo Técnico) Carnaval, coordenado pela Secretaria de Defesa Social, uma série de vistorias em todo o trajeto a fim de verificar pontos de melhorias e, com isso, mitigar o risco de qualquer problema no desfile”, explica Rodrigo Menezes, vice-presidente do Galo.

 

Cerca de 180 diretores do Galo estarão na rua fantasiados de Garçom, em referência ao maior hit de Reginaldo Rossi.

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No carro em alusão à música que descreve as belezas da capital pernambucana, o artista plástico reproduziu a Ponte Duarte Coelho e suas luminárias, juntando ao cenário elementos das praias e também os casarios do Recife Antigo.

 

O tradicional “Bonde”, que desfila todos os anos em homenagem aos antigos carnavais, este ano, vem com um ar de modernidade, já que trará como mote o Movimento Brega.

 

“Batizamos, para este carnaval, de Bonde do Brega e vem todo colorido e com desfilantes que irão representar alguns dos principais nomes musicais que deram e dão continuidade ao legado de Rossi”, continua Nóbrega.

  

Outras duas tradicionais alegorias do Galo, que abrem o desfile da agremiação, também foram remodeladas com base no tema, a começar pelo abre-alas com o tradicional galo de 4,5 metros de altura.

 

“A gente ‘bregou’ o galo, deixamos ele com todas as cores, porque o brega é isso, não tem um padrão, valem todas as combinações, é alegria”, explica Sandro.

 

A escultura também vai vir de óculos escuros e uma gargantilha dourada, acessórios que eram marca registrada no visual de Reginaldo. Já o carro dos clarins, que anuncia o início do desfile do maior bloco do mundo, traz várias coroas em alusão ao título de rei, atribuído ao homenageado, e uma imagem do cantor estampada ao fundo da estrutura.

 

Distribuídos entre as seis alegorias, cerca de 100 desfilantes também prometem encantar o público com figurinos que remetem aos temas de cada carro.

 

No “A Raposa e as Uvas”, por exemplo, 16 figurantes virão caracterizados com vestimentas típicas dos bailinhos das décadas de 1950 e 1960. Já em “Recife, minha Cidade”, 17 fantasiados vêm representando elementos e personagens citados na famosa canção de Reginaldo, como Alceu Valença, Luiz Gonzaga e as manifestações religiosas do cristianismo e do candomblé.

 

“Fizemos todo um trabalho de pesquisa a fim de que pudéssemos retratar, nas fantasias, elementos que dialoguem, ao mesmo tempo, com o frevo, o brega, e a obra de Reginaldo Rossi. Daí, a ideia de criar carros com temas de grandes sucessos do artista”, explica Francisco Câmara, carnavalesco do Galo.

 

Já no carro em homenagem ao maior hit do cantor e compositor, “Garçom”, os 17 componentes encenam a famosa “dor de cotovelo” de um homem em seu desabafo para um funcionário numa mesa de botequim.

 “Teremos um Reginaldo Rossi com garçons, garçonetes e dançarinas em sua volta e, preenchendo o ambiente, passistas com traje representando aquilo o que mais se busca num ambiente de bar, a cerveja.

Os homens, como rótulos e as mulheres, o líquido”, conta Anderson Gomes, também carnavalesco do bloco. O casal de noivos aos quais a música se refere, no trecho “saiba que o meu grande amor hoje vai se casar”, também irão compor o cenário.

Outra alegoria temática é o tradicional bonde, que, este ano, virá homenageando o movimento brega. Nele, cada um dos 19 desfilantes virá representando alguns dos primeiros nomes que ajudaram a manter vivo, ao longo das últimas décadas, o legado musical de Rossi.

 

“Será um bonde recifense trazendo boa parte dos artistas, súditos do rei.

 

Os figurantes irão encarnar personagens musicais conhecidos como Michelle Melo, Banda Labaredas, Conde Só Brega, Walter de Afogados, Kelvis Duran, Amigas do Brega entre outros, sem esquecer, claro, do próprio Reginaldo Rossi, que virá com traje típico de majestade”, acrescenta Gomes.

O Galo da Madrugada foi fundado em 23 de janeiro de 1978, por um grupo de amigos e familiares que tinham por objetivo reviver o carnaval de rua do Recife.

É que na época os dias de Momo, na capital pernambucana, resumiam-se, praticamente, às festas de clubes.

 

O Clube de Máscaras o Galo da Madrugada foi às ruas, pela primeira vez, no dia 4 de fevereiro daquele mesmo ano, com cerca de 75 integrantes.

 

No ano seguinte, inaugurando o seu estandarte oficial, a agremiação já reunia mais de 300 foliões nas ruas do Bairro de São José. 

 

No início da década de 1990, falava-se que o Galo da Madrugada atingira a marca de um milhão de foliões, o que rendeu à agremiação, em 1994, o reconhecimento do Guinness Book (o livro dos recordes) como o maior bloco de carnaval do mundo.

 

Em comemoração ao título, a Prefeitura do Recife instalou, no carnaval do ano seguinte, uma escultura gigante do Galo - com 23 metros de altura e três toneladas - no Rio Capibaribe.

 

Em 1996, o monumento passou a ocupar a Ponte Duarte Coelho, tradição que se mantém até hoje e se tornou uma das principais marcas e atrativos do carnaval de Pernambuco.