Vida Urbana

Motorista envolvido em acidente que matou enfermeira no Recife é preso no Rio de Janeiro

Jefferson Xavier de Araújo foi capturado em 1º de maio por receptação de um carro roubado e adulteração de sinal identificador do veículo

Acidente matou enfermeira e deixou cinco feridos em Boa Viagem

Maridernia morreu em acidente

De acordo com o processo, diante dos fatos, Jefferson "foi encaminhado para a Delegacia de Polícia, qualificado nos artigos receptação - art. 180 e adulteração de sinal identificador de veículo automotor - art. 311 do Código Penal".

Consta no processo do Rio de Janeiro, que Jefferson Xavier tirou a Permissão Para Dirigir, ou seja, a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH), com validade de um ano, em 16 de novembro de 2023, após a colisão que tirou a vida de Meridernia. 

Relembre o caso

No dia 17 de outubro de 2023, a enfermeira Meridernia Maria da Silva morreu após uma forte colisão envolvendo um Kwid (carro em que estava) e uma BMW, na Avenida Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. 

Dois homens ocupavam a BMW, na ocasião, Jefferson era o motorista, e não tinha a CNH, enquanto no Kwid estava uma criança de 5 anos, a mãe da criança, de 25 anos, e outras duas mulheres de 57 anos, sendo uma delas Meridernia Maria da Silva.

A família de Meridernia voltava das fotos da formatura da criança de 5 anos, sua neta, quando aconteceu a tragédia. De acordo com testemunhas, Jefferson tentou tirar a placa do BMW, com a intenção de dificultar a identificação do veículo.

Um mês após o acidente que tirou a vida da enfermeira, a família de Meridernia protestou para pedir justiça.
 
Na época, a família clamava que o crime fosse classificado como homicídio doloso, que é quando há a intenção de matar. Além disso, pediam que a investigação fosse realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e não na Delegacia de Delitos de Trânsito.

A família da enfermeira Meridernia Maria da Silva luta para que Jefferson responda por homicídio doloso. A Polícia Civil de Pernambuco, através da Delegacia de Delitos de Trânsito, indiciou Jefferson pelo crime de homicídio doloso com dolo eventual, quando a pessoa não tem a intenção de matar e assume o risco com atitudes imprudentes, e pediu a prisão preventiva. 

Na época, o promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Sérgio Tenório de França, não acatou o pedido, entendendo que tenha sido acidente de trânsito, e propôs um acordo de não persecução penal, conhecido como pacote anti crime, o que evitou o encarceramento de Jefferson Xavier.  

"Se a Promotoria de Justiça tivesse tomado a decisão correta pelo dolo eventual, ele teria sido preso no Recife pela morte da minha mãe, ou estaria de tornozeleira, evitando possíveis novos delitos. Mas é só fazer uma leitura séria sobre essa prisão que a gente vê que estar com um carro adulterado é mais importante para a Justiça do que ter tirado a vida de uma pessoa, que foi a da minha mãe. Estar com um carro adulterado é mais importante que matar no trânsito dirigindo em alta velocidade e sem CNH. Ele não foi preso pela morte da minha mãe. Não houve flagrante.", protesta Michel.

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