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Polícias e bombeiros levaram média de quase 300 trotes por dia entre janeiro e abril deste ano; mulher é líder de ligações falsas

Dados foram divulgados, nesta quarta (29), após uma operação que cumpriu sete mandados de busca e apreensão contra responsáveis pelas ligações falsas em Pernambuco

A central do Ciods recebeu número assustador de trotes

Por isso, a polícia sequer pediu ao Judiciário pernambucano os mandados. 
 
A corporação disse que essas pessoas serão investigadas e podem ser condenadas por falsa informação de ocorrência policial. A pena prevista é de seis meses. 

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Eronides Meneses, foram identificados dez suspeitos de passar trotes para as forças de segurança.
 
São cinco mulheres e cinco homens, todos com idade entre 36 e 70 anos. 
 
Líder
 
A pessoa que liderou o ranking de mais trotes para as polícias  é uma mulher, que não teve o nome e idade divulgados.
 
Segundo a Polícia Civil,  sozinha, ela fez 1.542 ligações  falsas em três meses, de janeiro a março deste ano.  Ou seja,  514 trotes a cada mês
 
Segundo a polícia, a suspeita trabalha, cumpre uma rotina de horários, mas,  em determinados momentos do dia, fazia essas ligações para as forças policiais.  
 
Investigações
 
Ao todo, segundo a Polícia Civil, apenas durante o curso das investigações, foram identificadas 7.881 ligações suspeitas realizadas em 15 terminais telefônicos, no primeiro trimestre deste ano. 
 
isso equivale a uma média diária de 86 trotes passados às forças de segurança. 
 
Destes 15 terminais investigados, cinco deles eram telefones públicos que já foram desativados pelas operadoras de telefonia. 

Perfil das ligações

Segundo a Polícia Civil, além das falsas ocorrências de crimes, as pessoas que foram alvos das investigações também praticavam outros tipos de trotes. 
 
Entre eles, estão: ligação em que a pessoa fica em silêncio sem comunicação alguma apenas para ocupar o operador, narração de fatos aleatórios, falsas acusações, pornografia ou fazendo piadas com os profissionais. 

O delegado Eronides Meneses deu detalhes sobre o perfil das ligações suspeitas (trotes) em que as forças de segurança receberam nos último meses

Os impactos 

Segundo o gerente-geral do Ciods, coronel Alexandre Tavares, os prejuízos são enormes para toda a cadeia de profissionais que atuam no Ciods, desde do teleatendente ao policial que está na rua recebendo as demandas. 

De acordo com ele, mensalmente, o Ciods recebe uma média de 200 mil ligações, o que equivale a 2,4 milhões por ano

“A gente enfrenta um real problema que é o recebimento de trotes. Primeiro que a notícia falsa ela já ocupa um atendente que está pronto para receber uma chamada de emergência. Segundo, se o operador não conseguir filtrar que se trata de uma chamada falsa, o atendente ainda vai demandar uma viatura, seja das policiais ou do Corpo de Bombeiros para realizar uma atividade que não existe. A gente tem toda uma perda de energia e gasto de recursos desnecessários. O sentido é mostrar que essa prática causa um prejuízo enorme para a segurança pública e o cidadão que necessita da prestação dos serviços das forças de segurança”,enfatizou o gestor.

O gerente-geral do Ciods, coronel Alexandre Tavares, falou sobre os prejuízos que os trotes causam as forças de segurança no Estado

“Quem recebe uma chamada, via 190, o atendente vai demandar isso lá na ponta, que são os policiais, que vão atender as ocorrências. Se partimos do princípio que a pessoa denuncia uma falsa notícia, toda essa cadeia de fluxo é desmontada, sem nenhum proveito, porque toda essa cadeia é perdida e gasta. O impacto na ponta de lança é inestimável. Mas, nossos operadores são capacitados para lidar com toda essa situação, porém, o gasto de energia e recursos são evidentes e prejudiciais. Pois, trote é crime”, alertou o coronel.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco