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Bombeiros de PE relatam drama de quem ajudou a salvar vidas após enchentes: "voltei mais humilde"

A missão da equipe pernambucana é considerada a maior operação logística da corporação fora do Estado

Bombeiros de Pernambuuco voltaram de missão no Rio Grande do Sul

Souza Júnior contou a experiência

A volta para casa 
 
Na volta para Pernambuco, os militares terão acompanhamento médico no Hospital Oswaldo Cruz (HOC), na área Central do Recife.
Eles serão submetidos a exames laboratoriais e clínicos para avaliar a saúde física. 
 
Além do capitão Souza Cruz, outros 20 bombeiros e dois cães farejadores (Hulk e Ayla) que participaram da “Missão PE/RS”, retornaram à capital pernambucana.
 
Foram  15 dias exaustivos de trabalho de resgate de corpos e de animais que estavam ilhados em cidades que fazem parte do Vale do Taquari, que engloba 40 municípios da Região Central daquele Estado.
 
É uma das regiões mais afetadas pelas enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, desde o início do mês passado. 

Todos os militares que atuaram na missão pernambucana em terras gaúchas se apresentaram para a operação de forma voluntária. 
 
Os militares pernambucanos saíram no dia 10 de maio, do Quartel da corporação, no bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife, e viajaram por terra durante cinco dias até chegarem em Porto Alegre, no dia 14 de maio. 
 
Eles deixaram o Rio Grande do Sul no último dia 29 de maio. 
 
Lá, os pernambucanos foram coordenados pelo Conselho Nacional de Corpo de Bombeiros Militares do Brasil (LigaBom).
 
Ele foram designados para a missão de resgatar corpos e animais nas cidades de Lajeado, Estrela, Cruzeiro do Sul, Arroio do Meio, Taquari e Relvado.   
 
Segundo o comandante da Missão PE/RS, o major André Pereira, durante a missão pernambucana, os militares resgataram dois corpos e diversos animais que estavam ilhados. 

André Pereira narrou como foi a missão

O oficial lembrou que as equipes fizeram o salvamento de animais também. 
 
Houve ações em locais em  que os bombeiros tinham difícil acesso pela  quantidade de entulhos.

"Foi um trabalho exaustivo, mas bastante gratificante. O que ficou gravado na minha mente foi a força da água, das correntezas, Choveu bastante na serra gaúcha, e no Vale do Taquari era uma verdadeira correnteza, tão forte que arrancou o asfaltamento, as calçadas, ficando somente o chão. Muito impressionante, coisa que vão ficar pro resto de nossas vidas. A lição que fica que não devemos a se apegar a bens materiais, pois muitos que morreram foram que não quiseram deixar suas casas e acabaram sendo vítimas dessa tragédia”, narrou o major que tem mais de 17 anos de carreira. 

Maior operação logística

Segundo o comandante-geral do CBMPE, coronel Luciano Alves, na Missão PE/RS, em que a corporação tratou como a maior em logística já feita fora de Pernambuco, os bombeiros enviaram seis viaturas, três embarcações com motor, equipamentos de busca e resgate. Além disso, levaram mantimentos e materiais para autossuficiência. 

“A LigaBom mobilizou todas as corporações do país, Pernambuco participa de forma decisiva, indo para um local extremamente atingido. Foi uma das tarefas mais difíceis. Fizemos um trabalho social intenso. Levamos cartinhas para as crianças e muita solidariedade e conforto aqueles que estavam em meio a tragédia. As pessoas tiveram um carinho enorme conosco”, destacou o comandante-geral. 

Ainda segundo o coronel Luciano Alves, todos os 21 bombeiros que participaram da missão pernambucana se apresentaram de forma voluntária. 

“Em maio e junho tivemos o nosso tempo chuvoso no Estado e a decisão de mandar militares daqui para lá (Rio Grande do Sul) tomou como premissa uma consulta aos batalhões do Interior e de pronto as equipes responderam. O pessoal de forma voluntária se apresentou para o trabalho, mas mesmo assim, tínhamos o cadastro reserva. Agora vamos cuidar deles”, explicou o comandante-geral.

Balanço
 
O balanço mais atualizado aponta que 172 pessoas faleceram nas enchentes e 42 ainda continuam desaparecidas.
 
A tragédia climática ainda afeta mais de 300 cidades gaúchas. Já são mais de 2,3 milhões de pessoas prejudicadas diretamente e 580 mil estão desalojadas. 
 
Além disso, mais de 37 mil pessoas ainda continuam em abrigos comunitários fora de suas casas. 

Leia a notícia no Diario de Pernambuco