Cores vibrantes, xadrez e fé: veja como foi a Procissão das Bandeiras dos Santos Juninos, no Recife

Bandeiras, fitas, chapéus de palha, vestidos rodados, xadrez e muitas cores chamaram a atenção no Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, no final da tarde desta quarta-feira (19). Os adereços fazem parte da tradicional Procissão das Bandeiras dos Santos Juninos, que reúne 19 bandeiras de agremiações da Região Metropolitana do Recife (RMR).

O cortejo religioso da Procissão das Bandeiras é antecipado pelo Desfile das Bandeiras, que ocorreu no último domingo (16), no Centro do Recife.

Os grupos se concentraram às 16h no Santuário do Morro da Conceição e às 17h foi realizada a sagração das bandeiras, celebrada pelos redentoristas do Santuário. Em seguida, por volta das 18h, o cortejo desceu o Morro da Conceição pelas ruas da cidade com destino ao Sítio Trindade, no bairro de Casa Amarela. 

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"A gente está celebrando um ciclo cultural que tem seus Santos padroeiros, que são reverenciados pela população, mas a gente também celebra a nossa cultura. Então acredito que a gente tem uma coisa muito bonita, que é falar da nossa raiz cultural, mas falar também da nossa esperança, que é o que a gente tem na religiosidade, na fé, com relação a esses santos tão populares. O ciclo junino envolve muita coisa, como a caminhada do forró, desfile das bandeira e uma série de atividades, além de espetáculos", comenta o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Melo.

Os grupos deixaram o Santuário de Nossa Senhora da Conceição ao som da música "Olha pro Céu", misturando frevo e forró. Os vestidos armados e as grandes bandeiras se destacaram ainda mais com a procissão, mostrando o empenho dos grupos em cada detalhe.

"A organização para o dia de hoje é muito intensa. É toda uma logística e a gente tem que se esforçar, mas a gente faz isso com muito prazer, muito amor e muito carinho para homenagear São João Batista. Todo ano a gente participa da procissão, que significa um fortalecimento da nossa relação e um agradecimento a Deus e a São João Batista por dançar, por nós livrar do mal e por ter mudado nossas vidas", disse Marilene, coordenadora do grupo Viver a Vida da Campina Barreto, composto por 45 integrantes.

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“Estou há 17 anos no Bonde e essa procissão significa uma alegria muito grande para nós do grupo. Temos uma roupa que faz parte da nossa identidade e a cada ano adicionamos mais algum detalhe, como um adereço. Aqui a gente expressa nossa devoção, nossa fé e também brinca”, disse Cássio Maia, um dos integrantes da agremiação.

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“Eu trabalho muito com os jovens porque também trabalho com pastoril, com carnaval e com ciranda. Mas o São João de Água Fria não tem apenas pessoas jovens. Eu sigo a tradição da minha mãe e esse grupo é motivo de orgulho para mim. Minha filha também tem o grupo dela e quando avisamos aos vizinhos, eles se empolgam e vêm aqui nos prestigiar. Sou devota de Santo Antônio e já subi a ladeira rezando para que desse tudo certo hoje, não só para mim, mas para todo mundo”, disse Maria Cristina, coordenadora do grupo.