Ciclistas realizam protesto no Centro do Recife e pedem melhorias nas estruturas de ciclovias; ato também denunciou desrespeito de motoristas

Os manifestante se reuniram nesta sexta (26), no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife (Foto: Rafael Vieira/DP )

 

Um grupo de ciclistas se reuniu na tarde desta sexta-feira (26), em um protesto que cobrou melhorias na sinalização das ciclofaixas espalhadas pelo Recife. 

O ato foi convocado pela Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) e contou com ciclistas que se reuniram em frente ao Teatro de Santa Isabel, ao lado do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, no bairro de Santo Antônio, na área Central do Recife. 

O grupo de manifestantes que utiliza a bike como meio de transporte e lazer, denuncia casos recentes de atropelamento e o desrespeito de motoristas e motociclistas ao invadirem os espaços destinados para o fluxo de bicicletas na cidade. 

Segundo a Ameciclo, em dezembro de 2022, a Prefeitura do Recife (PCR) realizou o serviço de recapeamento da via e retirou os prismas que dividem o espaço da ciclofaixa no local com a pista de tráfego de veículos. 

De acordo com a entidade, a situação se agravou na quarta-feira (24), uma ex-coordenadora que é atualmente conselheira da entidade, Gaia Lourenço, foi atropelada enquanto pedalava na ciclofaixa no trecho da Praça da República com o Teatro de Santa Isabel. 

“Aqui tem,uma ciclofaixa e o que observamos é que muitos motoristas e motociclistas invadem a via para não precisar pisar no freio e não fazer uma curva mais fechada. Então, eles (motoristas) preferem pôr em risco a vida do ciclista do que cumprir a lei. Desta forma, um motoqueiro veio no sentido contrário ao meu, quando eu estava dentro da ciclofaixa, e ele (motoqueiro) invadiu e me atropelou. Sofri apenas uma queimadura leve, não estou tão machucada. Mas, eu poderia estar melhor pensando que poderia ter acontecido algo bem pior”, desabafou Gaia, por meio de um vídeo postado nas redes sociais após o atropelamento que ela sofreu. 

Segundo a coordenadora da Ameciclo, Barbara Barbosa, a dificuldade dos ciclistas em trafegar nas ciclofaixas com a invasão de automóveis e motocicletas não é específica apenas do trecho em frente ao Teatro de Santa Isabel. 

“A gente já vem fazendo um conjunto de ações para solicitar medidas à prefeitura, que faz o recapeamento das vias, as pistas são liberadas para circulação de carros e motos, mas não é finalizada as estruturas cicloviária. Fica faltando sinalização e até mesmo pintura. Nós ciclistas ficamos à mercê desse problema, devido a falta de preparo. Há mais de um ano solicitamos a finalização daquele espaço onde Gaia foi atropelada. E, não é somente lá, tem algumas estruturas pela cidade, como por exemplo, na Avenida Antônio Falcão (Boa Viagem), que as estruturas não foram finalizadas em alguns quarteirões. E aí, o ciclista além de pedalar na contramão, fica vulnerável às invasões de carros na ciclofaixa. São fatores que colocam a nós o tempo todo em risco”, declarou a coordenadora da Ameciclo, Barbara Barbosa. 

Procurada pela reportagem do Diario de Pernambuco, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) se posicionou sobre as denúncias feitas pelos manifestantes.