HOMENAGEM

Exército Brasileiro prepara evento para relembrar os 80 anos da Força Expedicionária Brasileira (FEB)

O Exército Brasileiro planeja uma semana de com apresentação da banda e exibição de materiais e vídeos

Publicado em: 03/07/2024 14:58

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi uma força militar terrestre composta por 25.834 homens e mulheres (Foto: Acervo Iconographia/Reprodução)
A Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi uma força militar terrestre composta por 25.834 homens e mulheres (Foto: Acervo Iconographia/Reprodução)
As homenagens aos pracinhas da FEB, que foram enviados para a Itália há 80 anos, começaram na última terça-feira (02).

Para lembrar o dia da partida, houve um evento interno com homenagens aos herois enviados na ocasião.

Um evento com a participação do público em geral está sendo planejado pelo Exército Brasileiro a partir da próxima semana.

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi uma força militar terrestre composta por 25.834 homens e mulheres que, durante a Segunda Guerra Mundial, foi responsável pela participação do Brasil ao lado dos Aliados na Campanha da Itália, em suas duas últimas fases (o rompimento da Linha Gótica e a ofensiva aliada final naquela frente).

A FEB era constituída pela 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE). Seu lema de campanha, “A cobra está fumando”, era uma alusão irônica ao que se afirmava à época, que seria “mais fácil uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil participar da guerra na Europa”.

Em 2 de julho de 1944, teve início o transporte rumo à Itália do primeiro contingente da FEB, sob o comando do General Zenóbio Da Costa. 

Vale ressaltar que o Brasil era, à época, um país predominantemente agrário e não encontrava-se entre as maiores economias do mundo.

A partir de 1º de novembro de 1944, a 1ª DIE estava completa, assumindo, em 10 de novembro, as posições no vale do rio RENO. 

Durante o rigoroso inverno entre 1944 e 1945, nos Apeninos, a FEB enfrentou temperaturas de até vinte graus negativos, não contando a sensação térmica. 

Muita neve, umidade e contínuos ataques de caráter exploratório por parte do inimigo alemão que, por intermédio de pequenas inquietações, procurava tanto minar a resistência física, quanto a psicológica das tropas brasileiras, não acostumadas às baixas temperaturas. 

Condições climáticas e reações físicas se somavam aos mais de três meses de campanha ininterrupta, sem pausa para recuperação.

Entre o fim de fevereiro e meados de março de 1945, como havia sugerido o comandante da FEB, deu-se a “Operação Encore”, um avanço em conjunto com a recém-chegada 10ª Divisão de Montanha americana. 

Assim, foram finalmente tomados, entre outras posições, por parte dos brasileiros: Monte Castello (21 de fevereiro de 1945), La Serra-Cota 958 (23 e 24 de fevereiro de 1945) e Castelnuovo (5 de março de 1945), enquanto os americanos tomaram os Montes Belvedere e Della Torraccia. 

A conquista destas posições pelas divisões brasileira e americana possibilitou a ofensiva das tropas aliadas.

No dia 9 de abril de 1945, iniciou-se a fase final da ofensiva da primavera com o intuito de romper definitivamente a linha de defesa alemã, que recua constantemente desde setembro de 1944. No dia 14 de abril, a FEB atacou e conquistou a cidade de Montese.
 
As últimas batalhas ocorreram nos dias 26 e 27 de abril, em Collecchio, e no dia 28 em Fornovo Di Taro.

Nessa ação, os efetivos da FEB, que se encontravam naquela região em inferioridade numérica aos alemães, cercaram e, após combates oriundos da infrutífera tentativa de rompimento do cerco, por parte do inimigo, seguidos de rápida negociação, obtiveram a rendição, no dia 29 e 30 de abril, dos efetivos remanescentes de quatro divisões inimigas.

Em sua arrancada final, a FEB, ainda, chegou à cidade de Turim, e, em 2 de maio de 1945, na cidade de Susa, onde fez junção com as tropas francesas na fronteira franco-italiana.

O povo nordestino não se furtou ao seu dever com a Pátria atacada, em resposta aos 982 mortos ou desaparecidos pelos submarinos nazistas. 

Ao todo, 2.794 nordestinos, sendo 681 pernambucanos, foram convocados para a FEB.

Do mesmo modo, a mulher brasileira contribuiu voluntariamente com o esforço de guerra através da participação de 71 enfermeiras para a FEB.
 
Honra lavada com o sangue de 13 oficiais, 439 praças e 8 pilotos da Força Aérea Brasileira mortos na campanha, além de 1.577 feridos em combate e 1.145 acidentados.
 
O agradecimento a tal esforço libertador foi materializado pelo povo italiano em vários monumentos, entre os quais destacam-se o Monumento ai Caduti Brasiliani - Monte Castello, e o Monumento Votivo Militare Brasiliano - Pistoia, erguidos em homenagem aos soldados que souberam combater a tirania nazi-facista sem perder a personalidade humanitária do militar da FEB, tratando com bondade os inimigos feitos prisioneiros de guerra e dividindo sua relação com o povo italiano nas cidades libertadas pelos brasileiros.

Coube ao Marechal Mascarenhas de Moraes, Comandante da FEB, perenizar o agradecimento do povo brasileiro aos herois tombados no estrangeiro em defesa da liberdade e da Democracia, erguido o Monumento Nacional aos Mortos na Segunda Guerra Mundial no Rio de Janeiro. 

Em suas palavras: “Eu os levei para o sacrifício, cabia a mim trazê-los de volta para receberem as honras e a glória de todos os brasileiros”.

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