Centro do Recife

Novo megamural no Centro do Recife homenageia o pífano como instrumento de resistência e riqueza popular nordestina

O mural retrata uma mulher negra tocando pífano, vestida com trajes juninos e um chapéu de couro típico do sertão nordestino

Publicado em: 08/07/2024 12:21 | Atualizado em: 08/07/2024 14:11

 (Foto: Rafael Vieira/DP)
Foto: Rafael Vieira/DP

 
A Prefeitura do Recife inaugurou mais um megamural no centro da cidade. Localizado na fachada do Edifício Garagem Central, na Rua da União, no bairro da Boa Vista, a obra "Raiar do Pife" celebra o pífano, um instrumento de sopro que simboliza a resistência e a riqueza da cultura popular nordestina. 

Este é o nono megamural na cidade. A iniciativa, promovida pela Prefeitura do Recife através do Gabinete de Inovação Urbana, contou com um investimento de R$ 75 mil.

A obra do artista Max Motta, combina graffiti e elementos da cultura local. Com uma dimensão de 363m², o mural retrata uma mulher negra tocando pífano, vestida com trajes juninos e um chapéu de couro típico do sertão nordestino.

"O meu trabalho busca refletir a identidade nacional, especialmente através da representação de corpos negros e pessoas comuns. A gente sabe que as técnicas de pintura clássicas foram desenvolvidas na Europa e os exemplos dos corpos pintados ali também seguiram essa tendência. Como o lema do meu trabalho é 'A Cara do Brasil', eu quis trazer para o 'Raiar do Pife' o verdadeiro corpo nordestino, a cara de Pernambuco", afirma Max. "A arte de rua tem o poder de comunicar, contar histórias e resgatar memórias”, reforça. 
 
 (Foto: Rafael Vieira/DP)
Foto: Rafael Vieira/DP
Além de Max, a obra contou com a participação dos artistas assistentes Antsocial MFC, Baski, Inverso Art, Marquinhos ATG e Pene.

A obra pode ser apreciada da Ponte Duarte Coelho e do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM).

Sobre o pífano

O pífano, ou 'pife', é um instrumento musical emblemático nas festas e celebrações do Nordeste, presente em ritmos como frevo, forró e baião. 

Em 2022, as Bandas de Pífano foram reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco pelo IPHAN, destacando sua importância cultural para o Estado, especialmente no Agreste e no Sertão. 
 
A obra de Max busca resgatar a memória dos mestres e mestras ancestrais, reforçando a importância de preservar e celebrar as tradições culturais que conectam o Recife ao restante de Pernambuco.