''Rede cheia"

Oito canos de fuzil do Exército e dois revólveres são "pescados" no Rio Capibaribe; polícia investiga caso

Os artefatos bélicos foram retirados do rio, entre os dias 22 e 29 deste mês, com um equipamento chamado de ímã de neodímio, pelo designer Tiago Wanderley

Publicado em: 30/07/2024 16:23 | Atualizado em: 30/07/2024 16:34

Revólver e cano de fuzil foram tirados do rio  (Foto: Tiago Wanderley/ Cortesia )
Revólver e cano de fuzil foram tirados do rio (Foto: Tiago Wanderley/ Cortesia )
Oito canos de fuzil do Exército Brasileiro e dois revólveres calibre 38 foram "pescados" no Rio Capibaribe, no trecho que fica às margens da BR-101, na Iputinga, na Zona Oeste do  Recife.
 
Os artefatos bélicos foram retirados do rio, entre os dias 22 e 29 deste mês, com um equipamento chamado de ímã de neodímio. A "pescaria" foi feita pelo designer gráfico Tiago Pereira Wanderley, de 42 anos.
 
Ele costuma praticar essa atividade é já encontrou moedas, peças de carro e até artefatos de guerra. 
 
Tiago é o idealizador de um projeto sem fins lucrativos e independente chamado “Recife Magnética Oficial”.
 
Ele  usa a pescaria com um ímã de neodímio para recolher objetos descartados de forma irregular. 
 
Segundo Tiago, os canos de fuzil e os revólveres retirados do Rio Capibaribe foram entregues, de forma voluntária, ao Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) do 11ºBPM, da Polícia Militar. 

“Os revólveres e cinco canos de fuzil foram levados pelo Gati para a Central de Plantões da Polícia Civil. Já outros três canos de fuzil entreguei voluntariamente no 11º batalhão da PM", declarou o "pescador". 
 
Ainda segundo ele, o Exército já está sabendo dos resgates do material bélico. 
"Eles já estão com o meu telefone para entrar em contato comigo, se precisar”, comentou Tiago Pereira. 

O que aconteceu 
 
cano de arma foi achada no Capibaribe  (Foto: Tiago Wanderley/Cortesia)
cano de arma foi achada no Capibaribe (Foto: Tiago Wanderley/Cortesia)
Tiago relatou também que, após achar o material, foi necessário ir  até a Central de Plantões da Capital (Ceplanc). no bairro de Campo Grande, na área Central do Recife, para prestar informações. 

Por meio de nota, a Polícia Civil  informou que  registrou a ocorrência no dia 29 de julho, por meio da Central de Plantões da Capital.
"As investigações foram iniciadas e seguem em andamento até a completa elucidação dos fatos”, afirmou.  


Conscientização da população
 
O designer defende que seu projeto seja integrado a  ações do poder público em prol da redução da poluição das águas da cidade. 
Tiago Pereira exibe a atividade em uma página com mais de 65 mil seguidores no Instagram, com o nome @recifemagneticofc. 

“Seria ótimo se a população tomasse consciência e não descartasse mais lixo nos rios e praias, além dos canais. Se a pesca magnética iria mudar isso, acredito que não. Não tem como reverter, porque é uma questão de educação", observou.
 
O "pescador" acredita que as pessoas que reclamam da sujeira das águas são as mesmas que descartam de forma incorreta. 
 
"Se cada um fizer um pouquinho, a gente pode chegar o mais próximo possível da limpeza”, enfatizou Tiago.
 
O designer faz a "pesca" em locais como Açude de Apipucos, ponte do Parque Santana, Ponte da Capunga, Jardim do Baobá e Ponte da Torre.
 
“Eu já achei motor de geladeira, já achei bomba d'água, resto de berço, mochila de escola... Fora restos de construção, vergalhões, pregos e parafusos. Coisas realmente descartadas como lixo no rio. Isso é um absurdo”, comentou. 

O que dizem as força de segurança 
 
A reportagem do Diario de Pernambuco entrou em contato com as assessorias de imprensa do Exército Brasileiro e da Polícia Militar para saber qual foi o destino dos armamentos achados no Rio Capibaribe e aguarda resposta

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