LITORAL SUL

Altos e baixos na rota do verão: saiba como estão as estradas que levam até Porto de Galinhas, Muro Alto e Carneiros

O Diario de Pernambuco percorreu rodovias para mostrar a situação dos principais caminhos para o Litoral Sul

Publicado em: 30/09/2024 05:09 | Atualizado em: 30/09/2024 05:05

 (Foto: Marina Torres/DP)
Foto: Marina Torres/DP
 
À medida que o verão se aproxima, a procura pelos cartões-postais do litoral sul aumenta. 

Após o dia 7 de setembro, considerado simbolicamente a abertura da alta estação no Estado, turistas e a população apaixonada pela praia já começam a se preparar para visitar os pontos mais famosos do litoral pernambucano, que atraem pelas águas mornas e transparentes e atividades interativas com a natureza local. 

Para mostrar uma melhor perspectiva para quem planeja a viagem para a  região, no verão, uma equipe do Diario de Pernambuco fez os percursos mais acessados que ligam Recife às praias de Cupe, Muro Alto, Porto de Galinhas, Carneiros e Tamandaré, na região Sul do litoral do Estado.

Nos 215 quilômetros que compõem a viagem de ida e volta entre o Recife e Tamandaré, muitos aspectos são contrastantes no caminho.
 
Há pontos positivos e outros negativos  em determinados trechos. Existem alguns locais bem sinalizados e recentemente recapeados, mas outros com muitos buracos, acostamento inutilizável e sem placas legíveis.

Na ida

Em uma das vias mais conhecidas e mais extensas do litoral sul, a PE-60, o acesso é tranquilo no começo do percurso, com boa sinalização e qualidade da via. Seguindo adiante, buscando o acesso direto à Ipojuca pela rodovia estadual, a rota é tranquila. 
 
 (Foto: Marina Torres/DP)
Foto: Marina Torres/DP
 
 
Chegando à Praia de Muro Alto, um dos principais destinos do verão da localidade de Porto de Galinhas, uma nova entrada recepciona os turistas.
 
A PE-09, também conhecida como Estrada de Muro Alto conta com asfalto novo, sinalização adequada e uma nova ciclofaixa, realidade diferente da constatada pelo Diario um ano atrás, quando ainda havia muitos buracos que acometiam muito o acesso à região.

Mesmo com as mudanças positivas no início da Estrada de Muro Alto, a via ainda não está completamente restaurada. Após cerca de 3,5 quilômetros, os problemas antigos voltam a aparecer.
 
 (Foto: Marina Torres/DP)
Foto: Marina Torres/DP
 
 
Esse trecho foi motivo de protestos de trabalhadores da região em julho deste ano, em consequência dos transtornos de quem tenta passar pelo local, que conta com buracos muito grandes, com muita lama e poeira. 

O Diario conversou com trabalhadores do turismo do local para entender como a situação está afetando quem vive dessas atividades.

Elias Alves, bugueiro há 23 anos, compartilhou como está a realidade atual após tanto tempo no ramo do turismo local.

“Porto de galinhas por si só já é um nome grande para se manter, o que falta é investimento, para o turismo ser mais aceso e esquentar mais a cada ano. Porto de Galinhas tem uma estrutura boa, mas está faltando investimento na qualificação. Infelizmente a nossa estrada já é sofrida há muito tempo. A gente tá naquele sofrimento, é ruim para a gente, é ruim para o turista que vem a esse lugar com tantos hotéis bons de bom nome, mas com a estrada péssima. Se tá chovendo é buraco e lama. Se não chover é poeira e buraco, a gente precisa de um apoio do Governo do Estado”, relatou.
 
 (Foto: Marina Torres/DP)
Foto: Marina Torres/DP


Daniela Paula, bugueira há três anos e meio, explicou ao Diario a dificuldade que é trabalhar com a via nessas condições.

“Precisa de um apoio melhor, principalmente para a gente que todo dia vem para cá. Todos os dias a gente precisa passar por esse caminho, só tem esse, a infraestrutura é terrível. Já faz uns dois anos que vem, caindo, caindo e agora chegou nesse estado, e só está assim por causa do protesto que houve Aí depois disso fizeram essa ‘tapia’ que dá para a gente passar, mas mesmo assim, é muita poeira. Essa semana eu estava com um bebezinho e nós não viemos para cá por conta da poeira”, explicou.

Bruno Nascimento, morador da região e bugueiro há dois anos, também falou com a equipe do Diario sobre a situação local.

“Uma questão que está atrapalhando bastante é a estrada com essa poeira, até a gente [trabalhador] tá ficando doente. Deveria se investir mais rápido aqui, é um local bastante procurado por turista, um lugar bom para se conhecer. Teve um protesto porque estava tendo bastante carro atolado com a questão da lama, eles ajeitaram, e melhorou bastante, mas não está 100%, precisa de mais. ‘Tá’ andando a passos lentos. Deram uma recapeada, tiraram alguns buracos, porém como ‘tá’ entrando bastante água, ou quando chove, está abrindo buracos novamente”, disse.
 
 (Foto: Marina Torres/DP)
Foto: Marina Torres/DP
 
 
No sentido do centro de Porto de Galinhas, há a presença de alguns buracos, que não chegam a travar o fluxo, mas que repartem a fluidez do caminho. Já para acessar as principais ruas do centro – que comportam apenas pedestres em sua maior parte –, a viabilidade é tranquila, com acessibilidade e limpeza das vias. As ruas concentram muitos restaurantes e comércio locais, e levam às praias, atraindo os turistas dia e noite, com as ofertas dos passeios de buggy e jangada, que são os mais procurados e fortalecem o cartão postal do turismo na região.

Seguindo mais ao sul, o Diario visitou o importante balneário da Praia dos Carneiros, em Tamandaré, também via PE-60. Essa região do litoral da cidade de Tamandaré é famosa pelas belezas naturais e atividades turísticas, que são a base econômica do município.

Na região de Rio Formoso, e Sirinhaém, no sentido Carneiros e Tamandaré, foi possível constatar que a via conta, atualmente, com muitos buracos fundos, sinalização precária e placas ilegíveis, além de alguns locais com acostamento de difícil utilização. Os mesmos aspectos foram identificados na rota, na PE-72, sentido Carneiros e na PE-76, sentindo centro de Tamandaré.
 
 (Foto: Marina Torres/DP)
Foto: Marina Torres/DP


Chegando à cidade, é possível identificar como principal objetivo a utilização da praia. O mais novo projeto em execução é a construção de uma orla com quiosques e espaços públicos para fazer a conexão da cidade com a faixa de areia da cidade. O Diario falou com comerciantes nos arredores da praia que estão tendo contato diretamente com o projeto.
 
 (Foto: Marina Torres/DP)
Foto: Marina Torres/DP


Gilson, dono de comércio, está no ramo há 30 anos, tomando conta dos negócios da família. O restaurante dele fica em frente à obra. Ele disse ao Diario como a população está esperando o desenvolver a obra, que anda a passos largos.

“A expectativa é boa. Todo mundo está empolgado e acredita que o projeto vai dar certo, vai ser bom para os turistas e para a população”, disse.